Priscila Madeira Kume
l Pastora auxiliar 1ª IPI de Curitiba l
Texto: João 17 l Podemos iniciar esta meditação fazendo a seguinte pergunta: O que de fato é preciso para que o mundo creia em Jesus? Há uma pesquisa recente que aponta que apenas 5% dos crentes já levaram uma pessoa a Cristo. Qual a dificuldade que povo de Deus tem encontrado em compartilhar a sua fé? É fato que o mundo cada vez mais tem se distanciado de Deus e dos princípios bíblicos. Quando lemos a Palavra de Deus, observamos que naquela época os discípulos de Jesus também tinham seus desafios, no entanto, entenderam o papel que eles tinham na missão e do poder que estava sobre eles descrito em Atos 1:8. Quando os crentes são revestidos com o Espírito Santo, eles recebem poder para testemunhar. Como igreja é necessário sair da “bolha eclesial” que vivemos e entender que a salvação é para todos, e Deus quer usar a sua igreja na propagação do evangelho. Jesus na oração sacerdotal deixa clara a forma como o mundo irá crer. Portanto o que é necessário para o mundo crer em Jesus?
1 – A igreja precisa viver uma comunhão genuína com Deus. Nos primeiros versículos João 17:1-4. “A vida eterna é esta: Que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste”. Jesus afirma em sua oração que a mensagem por ele proclamada, foi aceita pelos discípulos e por todos aqueles que o seguiam e que a sua missão estava cumprindo o propósito pelo qual o Pai o designou. Ao observamos a igreja primitiva, vemos que eles não tinham recursos disponíveis que hoje temos como igreja. Mas a fé deles não estava baseada em ter ou não recursos, em ter ou não perfil pra falar a respeito de Cristo, eles tinham uma fé pura e poderosa, de que era pelo poder do Espirito Santo que estava sobre eles. Não eram só seguidores, mas se tornaram testemunhas e deixaram ser guiados e usados por Deus, pra viver experiências novas. Viveram de fato uma comunhão genuína com Cristo, colocando em prática o que ouviram e viram. Precisamos como igreja sair da teoria e ir praticar a nossa fé no poder do Espírito Santo. As mesmas obras que os discípulos fizeram, também podemos fazer, porque o Espírito Santo nos capacita. E nas palavras de Jesus “aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas maiores que estas…” (João 14:12). Ter uma comunhão genuína com o Senhor é viver no poder do Espírito Santo, e se deixar ser usado, pois quem conhece o poder de Deus sabe que nada é impossível para ele.
2 – A igreja de Jesus precisa entender que ela é presente no mundo. Jesus enfatiza a presença do povo de Deus, seus discípulos no mundo, fazendo a distinção: “eles não são do mundo como eu também não sou – não peço para que tires do mundo, mas que os proteja. Assim como tu me enviaste ao mundo eu os envio”. A igreja não pertence ao mundo, mas ela esta presente no mundo. A igreja está presente em diversos meios sociais, através de cada um de nós, pois somos a casa espiritual de Deus, templo vivo. Somos cristãos dentro e fora da igreja, o contrário disso é consumismo religioso. Esse é problema dos cristãos, eles querem Cristo para si, não entendem que na família, no trabalho, no circulo de amigos, lá é o lugar que Deus os enviou para ser igreja, que se faz presente fazendo a diferença. Não pertencemos aos valores mundanos, mas estamos presentes ali para apontar que existem outros princípios, que são valores eternos. A igreja presente no mundo é luzeiro para os perdidos. Qual a diferença que você como igreja tem feito nos lugares que Deus tem te enviado? Você é a igreja presente de Deus lá? Que possamos assumir nosso papel e obedecer ao envio de Jesus.
3 – A igreja de Jesus precisa ser exemplo de unidade. Na oração sacerdotal de Jesus, o grande tema que permeia toda essa oração é a união que Cristo tem com o Pai, e que nós desfrutamos dessa união de forma vertical e horizontal. Porque é tão difícil sermos unidos? Sim, somos diferentes uns dos outros, mas a cruz nos une, o amor sacrificial de Jesus nos transformou e nos inspira cotidianamente para vivermos um padrão sobrenatural de amor. O princípio da unidade é muito importante no mundo fragmentado que vivemos. A desunião, a discórdia, as intrigas, as brigas, as fofocas, as mentiras, a inveja, o ciúme, o egoísmo, a falta de humildade, tudo isso são valores mundanos, e quando damos lugar a estas coisas isso trava o progresso da igreja. Precisamos renunciar tudo que traz divisões dentro da igreja, para que o mover de Deus seja real em nosso meio. Para que possamos nos apresentar como corpo vivo do Senhor, sem ruga, sem mácula, mas santa e irrepreensível diante do Senhor. Somos diferentes uns dos outros, imperfeitos, mas o elo é o amor de Jesus, que é o vínculo da perfeição. O nosso grande desafio como igreja de Jesus é termos unidade na diversidade e só alcançamos isso quando deixamos Deus trabalhar nas nossas vidas. A unidade da igreja é sobrenatural porque vem de Deus (somos unidos nele), visível (é real na nossa comunhão), mas também evangelizadora (atrai as pessoas pela maneira que vivemos). A unidade que desfrutamos pelo querer de Deus é harmônica: “… para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. A unidade gera harmonia porque ela é fruto da unidade trinitária. Que possamos testemunhar vivendo esses princípios para que mundo creia em Jesus! Uma igreja que o busca verdadeiramente impacta o mundo.
Comentários