Mathias Quintela de Souza
l Pastor titular da 1ª IPI de Curitiba l
Lucas 14.25-35 l Quando Jesus multiplicou pães e peixes, a multidão, entusiasmada, queria proclamá-lo rei, mas foi exortada para que buscasse nele o pão vivo que desceu do céu para dar vida ao mundo. Decepcionados, muitos não o seguiam mais. Diante disso, Jesus deixou com os doze a decisão de segui-lo ou não. Pedro reagiu: Senhor, para quem iremos? O senhor tem as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que o senhor é o Santo de Deus (João 6.68-69). Mais tarde, nos últimos dias do seu ministério, Jesus se dirigiu às multidões que o seguiam, sempre curiosas, interesseiras e volúveis, e lançou o desafio para que calculassem o custo do discipulado. Jamais devemos baratear a graça! As demandas do discipulado são radicais! Exigem decisão. Quais são as exigências do Meste?
Amar de forma suprema (14.26). Amamos a Jesus porque ele nos amou primeiro. Deu a sua vida por nós. Quando cremos nele, recebemos o Espírito Santo que derrama o amor do Pai nos nossos corações (Ef 1.13-14; Rm 5.5). Esse amor nos leva a relacionamentos que vão além dos laços afetivos da natureza humana. Quando Maria, mãe dedicada, quis poupar o filho de sofrimentos (Marcos 3.20-21), ouviu de Jesus a afirmação que mãe e irmãos dele são os que fazem a vontade de Deus (Marcos 3.31-35). O amor de Deus nos liberta das ambições egoístas, capacitando-nos para amá-lo sobre todas as coisas e amar o nosso próximo como a nós mesmos. O amor é o caminho excelente e o discipulado, projeto fascinante!
Morrer para frutificar (14.27). Jesus, o filho unigênito do Pai, foi o grão de trigo que caiu na terra, morreu, ressuscitou e se tornou o primogênito da grande família de Deus. Quando nos unimos a Jesus pela fé, a morte dele na cruz é a nossa morte para o pecado, a ressurreição dele é a nossa ressurreição para uma vida nova e o Espírito Santo que ele derrama sobre nós é a divina semente que produz fruto no Reino de Deus. Não há remédio para a velha natureza humana senão a cruz. Tomar a nossa cruz e seguir o Mestre significa levar diariamente o morrer de Jesus em nosso corpo para que a vida dele se manifeste também em nosso corpo mortal (2 Co 4.10-11). Sem morte não há ressurreição e sem ressurreição não há vida. O discipulado é fascinante porque exala o aroma de Cristo em nossas vidas.
Perder para ganhar (14.33). O discipulado exige lealdade absoluta. Não podemos servir a Deus e às riquezas (Mt 6.24). Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Quem busca em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, as demais coisas lhes serão acrescentadas. Jesus disse que é loucura entesourar para si mesmo e não ser rico para com Deus (Lucas 12.15-21). O discipulado nos liberta da avareza e nos capacita para administrar os recursos naturais para suprir necessidades humanas e promover o Reino de Deus. Discipulado é projeto fascinante porque o amor ao dinheiro e raiz de muitos males.
Que projeto de vida! Somos o sal da terra que preserva da corrupção e que dá sabor à vida Por isso Jesus nos exorta para calcular o custo (14.28-32) para não nos tornarmos inúteis e desprezíveis (14.34-35).
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