l Pastor Mathias Quintela de Souza l Apocalipse 2.8-11 l
No dia 08 de outubro a nossa igreja completou 116 anos de organização. Hoje, dia 11, estamos celebrando o nosso aniversário. No domingo passado, dia 04, refletimos sobre a carta enviada à igreja de Éfeso. Aquela igreja, apesar de ser diligente no trabalho, no zelo e na perseverança, foi exortada ao arrependimento por ter deixado o seu primeiro amor, pois corria risco de ser privada da presença do Cristo vivo, tornando-se mera organização eclesiástica. Que lição para nós, uma igreja mais que centenária! Que o exemplo da igreja de Esmirna nos inspire a uma consagração plena para que a nossa fidelidade ao Senhor da Igreja seja absoluta, sem reservas.
Éfeso era a cidade principal da província da Ásia, mas Esmirna era a mais bela, mais rica, mais culta e mais fiel a Roma. É provável que a igreja nesta cidade tenha sido plantada por obreiros treinados por Paulo em Éfeso no início da terceira viagem missionária (At 19.8-10). Cristo dirige-se ao anjo da igreja, e à igreja, como o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver (Ap 2.8). João narra o seu testemunho quando contemplou o Cristo glorificado: Ao vê-lo, caí aos seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: — Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último e aquele que vive. Estive morto, mas eis que estou vivo para todo o sempre e tenho as chaves da morte e do inferno (Ap 1.17-18). Submissão e fidelidade ao Cristo vivo é o segredo da vitória da igreja.
Os sofrimentos do tempo presente (Rm 8.18) não passam despercebidos daquele cujos olhos são como chama de fogo (Ap 1.14b). O que ele vê na igreja de Esmirna? (1) TRIBULAÇÃO (Ap 2.9a). Mas, sob os olhos vigilantes de Cristo e no poder do Espírito Santo, a tribulação contribui para o crescimento espiritual da igreja (Rm 5.3-5; Tg 1.2-4). (2) POBREZA (Ap 2.9b). No entanto, Jesus a via como igreja rica, em contraste com a igreja de Laodicéia que se considerava rica, mas era miserável (3.17). Deus escolhe os que para o mundo são pobres para serem ricos em fé e herdeiros do Reino que ele prometeu aos que o anam (Tg 2.5). (3) PERSEGUIÇÃO (Ap 2.9c-10): a) dos Judeus (Ap 2.9c), que ao invés de congregação (igreja) do SENHOR, eram sinagoga de satanás, incitando as autoridades romanas a perseguirem os cristãos com acusações falsas; b) dos romanos (Ap 2.10a) que viam, na fidelidade a Cristo, infidelidade ao império dominante, punida com as terríveis prisões da época; c) do diabo (Ap 2.10b) que infiltra as forças espritiuais da maldade nas estruturas do poder político, econômico e religioso para tentar destruir os servos de Deus (Ef 6.12-13).
Diante deste quadro sombrio aos nossos olhos, o Senhor encoraja a sua igreja: a) O tempo da tribulação será breve (Ap 2.10c). Este é o significado dos dez dias. Diante da eternidade e do sofrimento de Jesus, a tribulação é leve, momentânea e sempre abreviada por causa dos eleitos (2 Co 4.17; Mt 24.21-22); b) a fidelidade até às ultimas consequencias garante a coroa da vida (Ap 2.10d). A morte é vencida pelos que estão unidos àquele que se entregou por nós, que venceu a morte pela ressurreição e que está glorificado à direita do Pai; c) os vencedores herdam a vida eterna (Ap 2.11). A primeira morte é física; a segunda é espiritual, separação eterna de Deus. Os vencedores não sofrem o dano desta morte. É o que o Espírito diz às igrejas.
Que o exemplo da Igreja de Esmirna nos ajude a perceber que as glórias do mundo são ilusórias, passageiras, enganosas e perecíveis. Vale a pena ser fiel até à morte: até ao final da nossa peregrinação terrena ou mas até às últimas consequências, se necessário. Firmados em Cristo seremos frutíferos e inabaláveis.
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