Paulo C. M. Pereira Júnior
l Pastor auxiliar da 1ª IPI de Curitiba l
Que minha alma espere em silêncio diante de Deus, pois nEle está minha esperança.
O silêncio de Deus provoca pane na fé de muitas pessoas. Sabemos que Deus é amor, porém, às vezes, diante de seu silêncio, sentimos falta de seus gestos de amor. Em meio a quietude do Senhor, alguns se questionam: Será que eu fiz algo de errado? Será que Deus não está atento as minhas necessidades?
No texto deste domingo, o salmista ministra a si mesmo, falando ao seu coração: alma, espere em silêncio diante de Deus.
Espere.
Em silêncio.
Nele está a minha esperança.
O Salmo 62 é considerado um salmo de confiança, e está inserido na tradição sapiencial do lamento. Trata-se de uma afirmação de fé no Senhor apesar do motivo de seu lamento. O salmista se posiciona com confiança – e não desconfiança – diante da situação de desconforto que está vivendo.
Tradicionalmente lido no Templo de Jerusalém, a leitura deste salmo tinha como finalidade conduzir o povo de Deus do lamento à ação de graças.
O silêncio de Deus não deve ser assustador. Silêncio não significa ausência. No silêncio coisas maravilhosas podem acontecer. Mas para que desfrutemos das bençãos disponíveis nos tempos silêncio (Eclesiastes 3.7), é necessário confiar.
- No silêncio do colo de um pai, a criança se acalma e descansa;
- No silêncio dos olhares, o casal declara o seu amor;
- Num abraço de reencontro, palavras não são necessárias.
Por isso, o salmista diz: espere, oh minha alma, em silêncio, diante de Deus. Porque Ele é a minha rocha e salvação (v. 6). Porque a minha vitória e honra vem dEle (v. 7). O profeta Jeremias diz:
Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto (Jr. 17.7-8).
O silêncio de Deus não significa abandono ou indiferença.
Que Deus nos ajude a descansar nEle, sem desconfiar. Como discípulos de Jesus, que possamos nos lembrar e ensinar aos outros um tipo de vida submissa plenamente ao autor da vida, Jesus Cristo de Nazaré.
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