Mathias Quintela de Souza
l Pastor titular da 1ª IPI de Curitiba l
Já vimos que crescemos em qualidade quando estamos unidos em Cristo. De fato, fomos criados à imagem e semelhança do Deus trino, comunidade original, para vivermos em comunhão com a Trindade e em comunhão uns com os outros. Ao usar a figura do corpo, Paulo, em 1 Coríntios 12.12-31, deixa claro que a igreja é muito mais que uma organização: é um organismo vivo, uma casa espiritual que edifica a si mesma em Cristo, a pedra viva, e que integra as pedras vivas (nós) no sacerdócio santo (1 Pedro 2.4-5). Vamos destacar as três marcas da igreja como Corpo Vivo de Cristo.
UNIDADE: Pertencemos uns aos outros (12.12-13). Embora muitos, somos um só corpo em Cristo, porque, na conversão, fomos batizados em um Espírito no corpo (organismo) e a todos nós foi dado BEBER de um só Espírito (vida). Portanto, a nossa unidade em Cristo é vital, real e essencial. Como já vimos, devemos nos esforçar diligentemente por preservar e desenvolver a unidade do Espírito no vínculo da paz, andando com humildade, mansidão e suportando-nos uns aos outros em amor (Efésios 4.1-3). Não podemos ferir e flagelar o corpo de Cristo como estava acontecendo na Igreja de Corinto: Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são vocês, é sagrado (1 Coríntios 3:16,17 NVI).
DIVERSIDADE: Todos os dons e ministérios são igualmente importantes (12.14-25). Paulo escreveu aos romanos: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu (Romanos 12:3). Todos os dons e ministérios devem ser exercidos de acordo com a graça que nos foi dada (Romanos 12.6). Portando, nada de complexo de superioridade, desprezando dons e ministérios de irmãos (12.20-25) nem de inferioridade, sem reconhecer e exercer os seus dons (12.14-19). Como disse Moltmann, a agulha nas mãos de Dorcas é tão importante quanto a palavra na boca de Pedro.
MUTUALIDADE: Dependemos uns dos outros para que todos edifiquem e sejam edificados (12.25b-31) Só Jesus tinha todos os dons no exercício do seu ministério (Colossenses 2.9-10). Cada crente regenerado pelo poder do Espírito Santo tem pelo menos um dom. Assim, numa igreja saudável, todos os dons necessários para a edificação estão presentes. Deus concedeu um dom a cada um, e vocês devem usá-lo para servir uns aos outros, fazendo bom uso da múltipla e variada graça divina. Você tem o dom de falar? Então faça-o de acordo com as palavras de Deus. Tem o dom de ajudar? Faça-o com a força que Deus lhe dá. Assim, tudo que você realizar trará glória a Deus por meio de Jesus Cristo. A ele sejam a glória e o poder para todo o sempre! Amém (1 Pedro 4:10-11). Todos ministram e todos são ministrados.
Crescer no conhecimento e na graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pedro 3.18) é um imperativo. O alvo para cada um de nós é a maturidade. No entanto, sempre haverá numa igreja dinâmica que evangeliza pais, jovens e crianças, considerados em nível de crescimento espiritual e não quanto às faixas etárias. Cabe aos pais levar os jovens à maturidade para que gerem e cuidem de seus filhos espirituais, ao mesmo tempo em que ambos, pais e jovens, se ensolvem no discipulado das crianças. O crescimento qualitativo (discipulado) e orgânico (edificação) são necessários para o crescimento quantitativo (evangelização). Os recém-nascidos no Reino de Deus precisam de um lar que os acolha.
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