l Pastor Mathias Quintela de Souza l Salmos 46:11b; Gênesis 28.10-22 l
Estamos lendo a Bíblia em 2021 seguindo o programa de leitura diária. Em janeiro já lemos o livro de Gênesis e vimos como Deus se relacionava com Adão, Eva, Abel, Sete, Enoque, Noé, Abraão, Sara, Isaque, Rebeca, Jacó e outras pessoas. Dentre elas, vamos destacar a trajetória de Jacó, com foco no Deus de Jacó, pois ele é o nosso refúgio (Sl 46.11b). De fato, Jacó era um pecador como nós, mas tornou-se o patriarca das doze tribos de Israel pela graça de Deus mediante a fé. Isto nos dá alento e nos enche de esperança porque, como povo de Deus, estamos inseridos nesta história.
Posição na história do povo de Deus. Jacó era herdeiro das promessas da aliança feita entre Deus e Abraão, seu avô (Gênesis 12.1-3). Seguindo nas pisadas de Abraão e de Isaque, seu pai, Jacó aprendeu a crer no Deus que é justo e amoroso. Este aprendizado aconteceu nas duras experiências da vida real. Cometeu erros grosseiros quando, por exemplo, seguiu as instruções da mãe para conseguir a bênção como filho primogênito (Gn 27.1-40). Ele tinha este direito por decisão divina (Gn 25.19-26). Ansiava por esta bênção enquanto Esaú, que era impuro e profano, a trocou por um prato de lentilhas, desprezando o seu direito natural de primogenitura (Hb 12.16-17; Gn 25.27-34). A esperteza de Rebeca e Jacó evitou que Isaque abençoasse a pessoa errada, mas gerou uma crise tão séria que levou Jacó a deixar a família para salvar a vida (Gn 27.41-28.1-5). Apesar de tudo isto, a graça de Deus triunfou para que o direito às promessas chegasse até nós, filhos de Abraão na linhagem da fé. Em Cristo, o descendente, somos abençoados para abençoar todas as nações da terra (Gl 3.16, 7b,9; Ef 1.3; Mt 28.18-19).
Betel, lugar de refúgio na graça de Deus. Na crise gerada pelos erros de Isaque, Rebeca e Jacó, Deus revelou as riquezas da sua graça. Como aconteceu com Isaque (Gênesis 24), Jacó não devia casar-se com canaanitas, como fizera Esaú (Gn 26.34-35; 28.6-9). Por isso, foi enviado a Padã-Arã para conseguir esposa entre os seus parentes (Gn 27.46-28.1-5). Chegou a Betel, uma estação nesta longa viagem, onde ele encontrou refúgio na graça de Deus (Gn 28.10-22).
Longe de casa, num lugar ermo, jurado de morte pelo irmão, tendo como travesseiro uma pedra, teve experiências que marcaram definitivamente a sua vida:
- a) o céu e a terra se comunicando na visão da escada que representa a mediação de Cristo (Gn 28.12; Jo 1.49-51);
- b) a presença do SENHOR que se revelou a ele como o Deus de Abraão e Isaque, reafirmou as promessas feitas aos seus antepassados e garantiu bênçãos para sua vida pessoal (Gn 28.13-15);
- c) a consciência de que onde Deus está é casa de Deus (Beth+el).
Jacó respondeu com fé:
- a) o lugar passou a chamar-se Betel (casa de Deus) e a pedra usada como travesseiro tornou-se memorial da transformação deste interesseiro em adorador (Gn 28.18-19,22a);
- b) com base nas promessas fez a sua profissão de fé no SENHOR (Javé) como o seu Deus (Gn 28.20-21);
- c) como aconteceu com o seu avô Abraão (Gn 14.18-20) tornou-se dizimista (Gn 28.22b).
Jacó prosseguiu na sua jornada, crescendo em maturidade na vida espiritual, consciente de que, pela graça, os propósitos de Deus, revelados na aliança com Abraão, podiam ser cumpridos em sua vida. Vamos acompanhá-lo até à próxima estação chamada Peniel.
Fazemos parte desta história.
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