l Pastor Mathias Quintela de Souza l
Chegamos hoje à última mensagem da série “A evangelização orientada para as necessidades”. Como escreveu Paulo, “…a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos” (Tito 2:11). Nem todos, contudo, percebem que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação (2 Co 6:2) e perdem a oportunidade, o tempo (kairós) de Deus.
A oportunidade da graça salvadora aos necessitados. Foi na sinagoga de Nazaré, cidade na qual Jesus foi criado, que ele se revelou como o Messias, o Cristo, o Ungido profetizado por Isaías “para evangelizar os pobres, para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade aos oprimidos e apregoar o ano aceitável do senhor” (4.18-19; Isaías 62.1-2). Ele não leu a segunda parte de Isaias 61.2 porque esta profecia será cumprida na segunda vinda dele: apregoar… o dia da vingança do nosso Deus. Vivemos, portanto, o tempo da graça, o momento da oportunidade para os POBRES, os CATIVOS, os CEGOS e os OPRIMIDOS. “Como cooperadores de Deus – escreve Paulo – insistimos com vocês para não receberem em vão a graça de Deus. Pois ele diz: “Eu o ouvi no tempo favorável e o socorri no dia da salvação”. Digo-lhes que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação (2 Co 6:1,2)! Que oportunidade!
A oportunidade da graça foi rejeitada por incredulidade. Depois da tentação no deserto, Jesus regressou para Galileia, fixou residência em Cafarnaum, sua fama se espalhou. Todos, inclusive na sua cidade, lhe davam testemunho e se maravilhavam das palavras de graça que lhe saiam dos lábios. No entanto, não aceitaram que a predição de Isaías se cumpriu nele. Não creram em Jesus como o Messias. Eram muito instruídos na Lei, nos Profetas e nos Escritos. Tinham toneladas de religião, mas nem um grama de fé para crer em Jesus a ponto de se tornarem seus discípulos. Ficavam ofendidos com a ideia de que eram pobres, cativos, cegos e oprimidos. Por isso, não precisavam de esmolas, de libertação e de visão. Queriam provas: Tudo o que ouvimos que você fez em Cafarnaum, faça-o também aqui na sua terra (Lc 4:23). Queremos ver para crer. Podemos até receber os benefícios que você oferece, mas o compromisso do discipulado, jamais! E nós? Somos, realmente, discípulos de Jesus?
A extensão da graça aos que realmente necessitam. Jesus deixou claro que os seus conterrâneos eram tão incrédulos, indiferentes, rebeldes e idólatras como os israelitas dos dias de Elias e Elizeu. Por isso esses profetas foram enviados para suprir as necessidades de uma viúva gentia e para curar um general siro. Diante destas palavras, os nazarenos se encheram de ira e expulsaram Jesus da cidade. De fato, ele veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome. (Jo 1:11-13). E nós? Porventura não corremos riscos quando achamos que somos ricos e de nada necessitamos quando, na verdade, somos pobres, miseráveis, cegos e nus?
Evangelizamos quando somos mendigos saciados pela graça e vamos dizer aos outros mendigos onde encontrar o pão da vida. (Daniel Niles, missionário).
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