l Pastor Mathias Quintela de Souza l
Pois deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Lucas 20:25
Somos cidadãos da Pátria celestial e da pátria terrestre. A primeira é eterna; a segunda é passageira. Como embaixadores do Reino de Deus devemos ser cidadãos exemplares como peregrinos e forasteiros na jornada terrestre. O equilíbrio entre as duas cidadanias é mantido quando damos a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
O que devemos a César. Como princípio, César representa a autoridade legitimamente constituída com poder para servir o bem comum. A ordem política faz parte da criação de Deus. “Porque não há autoridade que não proceda de Deus, e as autoridades que existem foram por ele instituídas… Pois a autoridade é ministro de Deus para o seu bem”
(Romanos 13:1-4). Apesar das fraquezas das pessoas que exercem autoridade, porque são humanas e pecadoras, devemos a elas obediência por DEVER de consciência e não por MEDO de punição. Romanos 13.5. E porque servem a todos em áreas vitais, como segurança, educação, saúde, saneamento básico, têm direito a impostos, tributos, respeito e honra. Romanos 13.6-7. Mas, acima de todo dever, “orem em favor dos reis e de todos os que exercem autoridade, para que vivamos vida mansa e tranquila, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, que deseja que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. (1 Timóteo 2:2-4).
O que devemos a Deus. Devemos a Deus obediência absoluta porque a vontade dele é boa, agradável e perfeita. O reino dele é a realidade que subjaz a tudo o que é aparente, sensível e transitório. Devemos dizer não à autoridade humana quando ela usurpa o lugar de Deus. Daniel era súdito fiel ao rei. No entanto, tramas de invejosos o proibiram, por lei, de orar a Deus. Ele desobedeceu e foi punido, mas a vitória sobre a provação levou um rei pagão a decretar que todos temessem e tremessem diante do Deus de Daniel. Daniel 6.1-27. Quando Pedro e João foram proibidos pelas autoridades de falar e ensinar em nome de Jesus, eles responderam: “Os senhores mesmos julguem se é justo diante de Deus ouvirmos antes aos senhores do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (Atos 4:19-20). O estado moderno é laico e garante liberdade religiosa desde que não fira preceitos constitucionais elaborados por legítimos representantes do povo. Devemos só a Deus adoração, amor sobre todas as coisas e fidelidade absoluta.
Decisão por princípio, não por conveniência. Jesus desfez a armadilha montada contra ele pelos principais sacerdotes e escribas ao estabelecer, como princípio, a autonomia das esferas do poder político e do poder espiritual que não se misturam: “Pois deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. O Estado moderno é laico, constitucional e garante o direito de crer e de professar a fé de acordo com a consciência de cada um. Fora disso, o que existe é o totalitarismo que deve receber um altissonante NÃO!
Fica a exortação bíblica: “Como pessoas livres que são, não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; pelo contrário, vivam como servos de Deus. Tratem todos com honra, amem os irmãos na fé, temam a Deus e honrem o rei” (autoridade). 1 Pedro 2:16-17.
Comentários