Voltei o meu rosto ao Senhor Deus – A oração de Daniel

I  Presbítero Luiz Carlos Morosini  I

Geralmente, fazemos reflexão de tudo o que se passa ou se passou. O presente nos leva ao passado projetando o futuro. Assim foi com o profeta Daniel e assim está registrado em seu capítulo 9. Após entender que o cativeiro seria de 70 anos (presente), apontou o passado como a causa de tudo e se pôs a orar (futuro). A oração de Daniel nos ensina algumas peculiaridades:

1. É uma oração individual em favor de um todo, no caso, pelo povo de Deus. Esqueceu-se de si mesmo. Em nenhum momento houve, por ele, algum pedido pessoal. Não se vê as expressões: “eu”, “por mim”, “meus problemas”, “minhas lutas”, “minhas dificuldades”, “me ajude”, “venha em meu favor”. Mas, sim, as expressões: “nós”, “temos”, “demos”, “procedemos”, “não temos”, “não obedecemos”, “pecamos”.

2. Deus fala conosco de diferentes maneiras: por meio dos profetas, pela sua palavra, nas orações, por intermédio dos outros, de maneira sobrenatural (no caso, aqui, pelo anjo Gabriel).

3. A vontade dEle é soberana e se estabelece. A redenção faz parte desta vontade. Qual seria a aplicação prática para os nossos dias? As lutas e dificuldades nos leva a uma busca mais intensa em quem nos pode ajudar e nos mostra que não somos tão poderosos ou autossuficientes como muitas vezes, nos imaginamos. Este é o momento de voltar o rosto ao Senhor Deus, dirigir-se a Ele pelo o que Ele é: grande e temível, que guarda a aliança e a misericórdia (v.4), que é justo (v.7). Voltar o rosto ao Senhor Deus, quando se entende que o caminho que se trilha é em direção contrária à sua vontade. Momento este de confessar os pecados. Voltar o nosso rosto ao Senhor Deus, porque somos chamados pelo seu nome, povo de propriedade exclusive dEle, a menina dos seus olhos.

Voltar o nosso rosto ao Senhor Deus, suplicando a sua ação em nossas vidas. Daniel entendeu que o presente era consequência do passado e voltou o seu rosto ao Senhor Deus em oração, súplicas, jejum, pano de saco e cinza, pelo futuro, não seu, mas de todo o povo que se chama pelo seu nome. Que neste final de 2019 possamos orar por nós, filhos de Deus espalhados sobre a face da terra. Orar por nós como corpo de Cristo, a igreja. Orar por nós como Primeira Igreja Presbiteriana Independente de Curitiba. Que na reflexão de final de ano sejamos menos “eu” e mais “nós”. Nós família! Nós filhos de Deus! Nós igreja! Nós amor, porque Deus é amor! Nós compaixão! Nós servos! Nós ajuda ao próximo! Enfim, nós, e, não eu. Voltar o nosso rosto ao Senhor Deus, automaticamente, nos leva a voltar o nosso rosto ao próximo.

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