l Pastor Mathias Quintela de Souza l Mateus 5.1-12 (NAA) l
A transformação, tema de 2021, começa com o novo nascimento e prossegue até a volta de Jesus em glória. Essa transformação é mudança essencial, de dentro para fora, e acontece pela renovação da mente. Ela nos capacita a viver a cultura do Reino de Deus em oposição à cultura que se amolda aos padrões do mundo. Os ensinos de Jesus, resumidos no Sermão do Monte, apresentam a plataforma do Reino, começando com as bem-aventuranças. Estas demonstram que a cultura do Reino é contra cultura em relação ao mundo. Por isso, os bem-aventurados são agentes de transformação porque estão no mundo, não são do mundo, mas têm missão no mundo (João 17.14-18). Quem são eles?
São os pobres em espírito (5.3) porque percebem que, sem as riquezas do Reino dos Céus, vivem na miséria espiritual, ainda que sejam materialmente ricos.
São os que choram a sua miséria espiritual (5.4). Por isso, alcançam o conforto do perdão e da reconciliação pela graça mediante a fé e se tornam herdeiros do Reino.
São os mansos (5.5) que, reconciliados com o Pai e com a vida, dominam as situações de conflitos da vida diária sem que sejam dominados por elas. Herdam a terra.
São os famintos e sedentos de justiça (5.6). Estes se fartam com a justiça de Deus a eles atribuída e recebida pela fé, sendo feitos justiça de Deus em Cristo (2 Coríntios 5.21).
São os misericordiosos (5.7) porque se relacionam com as pessoas, motivados pelo amor de Deus derramado em seus corações pelo Espírito Santo (Romanos 5.5) que receberam quando creram em Jesus (Efésios 1.13). Por isso, ceifam o que semearam (Gálatas 6.7-10).
São os limpos de coração (5.8). Eles são transparentes (1 João 15-7) e não receiam que as suas obras sejam manifestas (João 3.21). Os que vivem na luz e são íntegros habitarão no tabernáculo do Senhor. Verão a Deus (Salmos 15.1-5).
São os pacificadores (5.9) que refletem o caráter do Pai justo e amoroso nos seus relacionamentos e promovem a paz que é efeito da justiça (Isaías 32.17; Romanos 12.17-21).
São os perseguidos por causa da justiça e de Cristo (5.10-12). Estes se alegram quando percebem que estão na companhia dos profetas que promoveram o Reino de Deus e não na dos pervertidos e corruptos que perseguiram os servos do SENHOR.
Cada bem-aventurança é seguida da promessa de uma bênção. A prática não só das bem-aventuranças, mas do Sermão do Monte, é a estrada que nos conduz às bênçãos prometidas. Por outro lado, como disse D. Martyn Lloyd Jones, este é também o melhor método de evangelização. O mundo atual está aguardando o aparecimento de crentes autênticos, e deles precisa desesperadamente. Aquilo que a igreja mais necessita não é organizar campanhas de evangelização, para atrair as pessoas que ainda estão do lado de fora, mas começar, ela mesma, a viver a vida cristã. Se a igreja assim agisse, homens e mulheres haveriam de encher os nossos templos.
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