Trajetória de uma família normal

Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei… Gálatas 4.4

A encarnação do Filho de Deus foi real. A família dele não foi especial, mas comum, normal, com problemas, desafios, conflitos, lutas e vitórias. No entanto, deixou um legado que enche as nossas famílias de esperança. Conhecer a trajetória desta família é um incentivo para encararmos a nossa realidade e superarmos, pela graça, as nossas fragilidades.

Maria: esposa e mãe no propósito de Deus. Maria era bem jovem, camponesa, da tribo de Judá e ficou surpresa com a mensagem celestial que seria mãe do Messias (Lucas 1.26-38). Além de surpresa, ficou temerosa. Mas foi informada que havia alcançado graça diante de Deus, instruída sobre a singularidade da concepção (Lucas 1.28-35) e estimulada pelo exemplo da parenta Isabel que era considerada estéril e tinha se engravidado (Lucas 1.36) porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas (Lucas 1.37). Diante disso, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra (Lucas 1.38). Exemplo para todas as mães e esposas, bem como para todos nós, de submissão ao Deus Soberano, sem medir consequências, porque é a única decisão correta.

José: esposo e pai segundo Deus e não segundo o mundo. A gravidez de Maria provocou sério conflito entre ela e José, seu noivo, pois não tinham coabitado. José podia denunciar Maria, de acordo com a lei, podendo levá-la à morte (Deuteronômio 22.20-21). No entanto, ele era ponderado, justo, piedoso e obediente. Optou por um divórcio discreto, sem expor Maria, pois o noivado na época era um contrato entre famílias. Mesmo assim a separação seria uma terrível injustiça contra Maria. O noivado e o posterior casamento foi preservado porque José discerniu o que estava acontecendo por revelação divina. Por isso foram agentes de Deus na formação do caráter de Jesus e no preparo dele para a missão. Assim, as crises conjugais hoje não levam à separação e ao divórcio quando os cônjuges se elevam ao nível dos pensamentos e dos caminhos de Deus (Isaías 55.8-9) e seguem os princípios, diretrizes e orientações que procedem de Deus. Criam um ambiente onde os filhos sentem-se seguros.

Jesus: o filho que honrou os pais e abençoou os irmãos. Na última menção feita a Jesus antes do seu ministério, ele tinha doze anos de idade. Honrava os pais sendo-lhes submisso e crescendo em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens (Lucas 2.51-52). José não teve relações com Maria antes do nascimento de Jesus (Mateus 1.25 NAA) mas, depois, viveram naturalmente como casal. Os Evangelhos são lacônicos sobe os irmãos de Jesus: a) sabemos que se chamavam Tiago, José, Simão e Judas e que tinham irmãs cujos nomes não foram mencionados (Mateus 13.55-56); b) que, no início do ministério de Jesus, achavam que ele estava fora de si, maluco, e saíram, com Maria, para prendê-lo (Marcos 3.20-21,31), mas ouviram as seguintes palavras incisivas de Jesus sobre esta interferência indevida: qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe (Marcos 3.35); c) fizeram referências irônicas sobre o ministério de Jesus (João 7.3-4), pois nem mesmo os seus irmãos criam nele (João 7.5); d) por fim, com toda probabilidade creram em Jesus depois da sua ressurreição, pois estavam no cenáculo com os apóstolos, juntamente com Maria e perseveravam unânimes em oração (Atos 1.12-14). Esta perseverança foi até o dia de Pentecostes (Atos 1.4-5) e todos ficaram cheios do Espírito Santo, dando início à Igreja, família de Deus.

A família de Jesus, no fim, foi abençoada com a salvação e com a plenitude do Espírito Santo. Este é o incentivo maior para perseverarmos firmes na certeza de que, pela graça, podemos superar todas as dificuldades e alcançar a salvação da família toda porque as promessas de Deus não podem falhar (Atos 2.38-39; 16.31; Gênesis 7.1).

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