PRINCÍPIO REVOLUCIONÁRIO: sacerdócio de todos os crentes

 

 

 

Mathias Quintela de Souza
l  Pastor titular da 1ª IPI de Curitiba  l

No dia 31 de outubro de 1517, Lutero afixou na porta do templo da igreja de Wittenberg, Alemanha, as famosas 95 teses, propostas de reflexão sobre doutrinas e práticas da igreja que se distanciavam das Sagradas Escrituras e da genuína tradição do cristianismo. A repercussão foi tanta que este fato histórico marca o aniversário da Reforma Protestante. Dentre os princípios da Reforma, destacamos o sacerdócio universal dos crentes como princípio revolucionário.

Igreja como edifício vivo (2.4-5a). Pedro fala da igreja como um edifício vivo em construção. Sobre Cristo, a pedra viva, eleita e preciosa, todos nós, como pedras vivas, somos edificados CASA ESPIRITUAL para sermos sacerdócio santo. Cada um de nós tem o seu lugar neste edifício vivo, feito de gente, habitação de Deus no Espírito (Efésios 2.22). Em Cristo todos somos sacerdotes e ministros, movimento do Espírito e não monumento estático!

Igreja, comunidade de adoradores (2.5b). No Antigo Testamento, o povo de Deus dependia dos sacerdotes que ofereciam sacrifício de animais para expiação dos pecados e intercediam para que os adoradores tivessem acesso ao Santuário. Esses rituais apontavam para Cristo. Ele entrou no tabernáculo celestial, não pelo sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, uma vez por todas, obtendo para nós eterna redenção (Hebreus 9.11-12). Pela sua morte na cruz, a cortina do Santuário rasgou-se de alto a baixo (Mateus 27.51), dando a todos nós livre acesso ao Santuário para adorar o Deus trino em espírito e em verdade (Ver Hebreus 10.19-22). Como adoradores, todos nós, oferecemos a Deus, por meio de Jesus, sacrifícios de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome (Hebreus 13.15).

Igreja, comunidade missionária (2.9). Em Cristo todos somos raça eleita, sacerdócio real, nação santa e povo de Deus para proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Somos todos sacerdotes, ministros, missionários. A nossa presença no mundo dá sabor e preserva a sociedade da corrupção (Mateus 5.13), ilumina os lugares escuros (Mateus 5.14-15) e manifesta a glória de Deus (Mateus 5.16). Que estejamos à altura de tão nobre e privilegiada missão!

Concluindo, a igreja de Cristo é uma comunidade de ministérios e cada crente é um ministro. De acordo com Efésios 4.11-12, a função dos ministros da palavra (apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres) é aperfeiçoar, treinar e equipar os crentes para que estes realizem a obra do ministério e edifiquem o corpo de Cristo. Esta é a implicação do sacerdócio universal dos crentes. Quando corretamente compreendido e praticado é, de fato, um princípio revolucionário.

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