Pérgamo: uma igreja acomodada

l  Pastora Priscila Madeira Kume  l

A tradução da palavra Pérgamo significa casado. A cidade de Pérgamo era considerada a capital política e cultural da Ásia, destacava-se pela descoberta do pergaminho, material para escrita feita através da pele de animais que veio a substituir o papiro. Havia uma idolatria muito forte. Na cidade existia culto para todos os deuses, muitos templos e altares, inclusive a própria cidade tinha o seu deus. 

Diante deste cenário, em Apocalipse 2:12-17, traz um alerta para que a igreja lembrasse que ela era comprometida com a verdade, e não se deixar seduzir pelo mundo. Jesus chama a atenção daqueles irmãos para que despertassem e saíssem da acomodação diante dos perigos que estavam externa e internamente na igreja. A igreja pela palavra de Deus é a noiva de Cristo, é com ele que ela está comprometida! Então Cristo se apresenta como aquele que tem a espada afiada de dois gumes, com sua espada ele esquadrinha o coração para ver o que se passa ali conforme Hebreus 4:12, que diz que é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. Seguindo a mesma estrutura das cartas, ele faz um elogio, um alerta e também promessas à igreja.

ELOGIO: permaneciam leais em meio às pressões. Antipas é citado como exemplo, foi uma testemunha fiel, não negou a sua fé, lutou contra as pressões e a influência do trono de Satanás. Pois, Pérgamo estava situada neste ambiente de paganismo. O significado do trono de satanás, era a religião pagã, a idolatria, a política e a influência cultural eram grandes ameaças que igreja enfrentava. Antipas foi morto porque não se acomodou e lutou através da sua fé, não foi derrotado, mas vitorioso, pois combateu o bom combate. Assim como naquela época, ainda hoje, como igreja, somos chamados a não nos acomodarmos, não cairmos na religiosidade, mas a sermos uma igreja viva, leal, que resiste e não se curva as forças mundanas no presente século. Antipas seguiu o exemplo de Cristo, que resistiu as investidas de satanás (Mateus 4:1-11) assim a igreja deve permanecer.

ALERTA: a igreja estava acomodada diante dos perigos. Embora houvesse irmãos como Antipas que se mantiveram firmes e inabaláveis, existiam outros que não possuíam tanta firmeza na fé e isso se tornou uma falha, uma brecha na igreja para a entrada de heresias. A igreja estava acomodada, muitos se deixaram seduzir pelo paganismo e a igreja ia se tornando tolerante com estes que estavam aderindo doutrinas que permitiam a imoralidade, festas com banquetes oferecidos a ídolos. O chamado de Jesus para eles é que se arrependessem. Quando a igreja relaxa na sua comunhão com Deus, ela corre sérios riscos. Uma igreja acomodada perde a noção do que não condiz com as Escrituras Sagradas, se torna cega, relativiza e acaba dando abertura para heresias. Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Só há um caminho, que é Jesus. A igreja precisa estar vigilante e não negociar as verdades eternas.

PROMESSAS: há bênçãos para aqueles que venceram a acomodação. A carta à igreja de Pérgamo termina com uma promessa, Cristo promete dar ao vencedor “do maná escondido”, bem como uma “pedrinha branca” com um novo nome escrito sobre ela, “o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe” (Apocalipse 2:17). O próprio Cristo é o maná que desceu do céu (João 6:31-35), ele é quem alimenta e sustenta a sua igreja. A pedrinha branca se refere à prática judicial e Cristo é aquele que tem a espada de dois gumes, que tem autoridade para julgar. A pedrinha branca significa que somos perdoados, justificados e santificados, pois ele deu a sua vida por nós. Aqueles que estão em Cristo tem uma nova identidade, uma nova vida! Quando nos arrependemos dos nossos erros, e nos apartamos do mundo e tudo que ele oferece, nos tornamos vencedores e participamos do banquete celestial. A igreja de Jesus precisa se despertar, não há como servir a dois senhores! Não podemos nos acomodar, mas sim, termos convicção da nossa fé, dos valores bíblicos e não nos desviarmos nem para a esquerda e nem para a direita. Que mantenhamos nossos olhos fixos no autor e consumador da nossa fé: Jesus!

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