OPORTUNIDADE NAS ADVERSIDADES: ABRAÃO

 

 

 

Mathias Quintela de Souza
l  Pastor titular da 1ª IPI de Curitiba  l

Gálatas 3.5-9,13-14  l  Paulo informou os cristãos de Corinto que permaneceria em Éfeso até o Pentecoste porque uma porta grande e oportuna para o trabalho foi aberta para ele e havia muitos adversários. Todos os que servem a Deus com integridade são capazes de discernir as portas que Deus abre em meio às adversidades da jornada terrestre. Que lições aprendemos com esses peregrinos, a partir de Abraão, nosso pai na fé?

Abraão saiu sem saber aonde ia, e, nas adversidades da peregrinação, discerniu as oportunidades de Deus: libertou-se da idolatria para servir o Deus vivo (Gn 12.6-8;13.18); aprendeu a viver a justiça de Deus pela graça mediante a fé (Gn 12.10-20); libertou-se de peso morto que podia comprometer a missão que Deus tinha para ele (Gn 13.1-13); aprendeu a distinguir na história os sinais de Deus dos sinais demoníacos (Gn 14.13-18) e deu início à história da salvação que teria seu cumprimento pleno em Cristo (Gn 12.1-3; Gl 3.16,19). No entanto, o que levou Abraão a perceber as oportunidades de Deus nas adversidades humanas foi sua fé inquebrantável nas promessas da aliança assim resumidas: Abraão seria abençoado para que nele e no seu descendente (Gl 3.16,19) fossem abençoadas todas as famílias da terra (Gn 12.1-3).

Acima de tudo, o mais importante foi que Abraão venceu as pressões do tempo pela visão da eternidade. Com setenta e cinco anos de idade (Gn 12.4), ele recebeu a promessa de que seria pai de numerosa nação. Depois de algum tempo, na iminência de constituir seu servo como herdeiro (Gn 15.1-4), Deus o conduziu para fora da tenda e disse: Olha para o céu conta as estrelas, se é que podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade. Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça (Gn 15.5-6). Esta visão ultrapassou os limites do tempo porque todos os crentes são filhos de Abraão (Gl 3.7).  No entanto, como Sara era estéril, a ansiedade da espera fez com que Abraão, aos oitenta e seis ano de idade (Gn 16.16), se tornasse pai de Ismael, filho da escrava Agar, por sugestão da esposa. Apesar das adversidades que isto provocou, Abraão estava certo de que agora tinha um herdeiro nascido dele. Mas, aos noventa e nove anos de idade, tendo Sara noventa anos, Deus reafirmou que a promessa seria cumprida no filho que nasceria dele e de Sara (Gn 17.1-3,15-22). Abraão não duvidou por incredulidade, mas permaneceu firme na fé, dando glória a Deus (Rm 4.16-22). Dessa linhagem de fé veio Jesus, nosso Senhor e Mestre. Ele disse aos judeus: Seu pai Abraão exultou com a expectativa da minha vinda. Ele a viu e se alegrou”. Os líderes judeus disseram: “Você não tem nem cinquenta anos. Como pode dizer que viu Abraão?”. Jesus respondeu: “Eu lhes digo a verdade: antes mesmo de Abraão nascer, Eu Sou!” (João 8:56-58).

Como filhos de Abraão, para que o propósito de Deus para nós se cumpra, devemos estar ajustados ao tempo e ao modo de Deus. Dessa forma, podemos superar o nosso ponto fraco, a evangelização, percebido pelo diagnóstico e pela simples observação. Sem firmeza nos fundamentos do discipulado, de acordo com a Palavra, corremos o risco de um ativismo evangelístico inconsequente, frustrante e cansativo.

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