O Zelo que Consome

I  Pastor Mathias Quintela de Souza  I

Convicto da autoridade de Jesus, Pedro obedece ao chamado e prossegue na jornada com o Mestre. Aos poucos, vai sendo trabalhado para tornar-se uma pedra viva no edifício vivo e aprendendo a arte de ser um pescador de gente. Na estação dessa jornada, a que damos o nome de ZELO, Jesus ensina a Pedro, e a todos nós, como zelar da casa de Deus. Quando Jesus purifica templo, os discípulos percebem que a profecia de Salmos 69.9 está se cumprindo nele: Pois o zelo da tua casa me consumiu, e as ofensas dos que te insultam caíram sobre mim (citado em João 2.17). Que zelo e este que consome Jesus e os seus discípulos?

O zelo que reage contra a profanação do santuário. Na profecia de Davi, a casa de Deus é o povo da aliança, e o tabernáculo, abrigado numa tenda móvel, é o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo. Jesus purifica o templo construído por Salomão, reconstruído por Zorobabel e adornado com belas pedras pelo rei Herodes. Desse templo ele expulsa os vendilhões, bem como as ovelhas e os bois, derrama o dinheiro dos cambistas e ordena aos que vendem pombas: tirem essas coisas daqui! Não façam da casa do meu Pai uma casa de negócios (João 2.16). Que templo, ou santuário, devemos manter puro com o mesmo zelo do Mestre? Paulo responde, denunciando as divisões na igreja de Corinto: Vocês não entendem que são o santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? Se alguém destruir (profanar) o santuário de Deus, Deus o destruirá. Porque o santuário de Deus, que são vocês, é sagrado (1 Coríntios 3.16-17).

O zelo sacrificial que purifica o santuário.  A autoridade de Jesus para purificar o santuário aponta para a sua MORTE e ressurreição: Destruam este santuário, e em três dias o levantarei (João 2.19). Os judeus ficam perplexos e os discípulos só percebem que Jesus se refere ao seu corpo depois da sua ressurreição. De fato, a morte do Mestre na cruz decreta o fim daquele templo e de tudo o que ele representa. Jesus é categórico quando se dirige a um dos seus discípulos encantado com a beleza do templo: Você está vendo estas grandes construções? Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada (Marcos 13.2). No começo os cristãos ainda se reúnem no pátio do templo, mas, no ano 70 DC, aquelas grandes construções são destruídas pelos romanos que matam, também, cerca de quinhentos mil judeus. O vinho novo precisa de odres novos.

O zelo que constrói o edifício vivo pelo poder da RESSURREIÇÃO. A igreja como edifício vivo é formada pelos que morrem com Cristo para o pecado e ressurgem nele para uma vida nova (Romanos 6.3-4). A comunidade dos discípulos, como odre novo, recebe o vinho novo do Espírito que o Cristo ressurreto e exaltado à direita do Pai envia (Atos 2.32-33). O Espírito une uns aos outros na terra e une todos com a cabeça no céu, edificando o corpo vivo de Cristo. Por isso, Jesus se faz presente de maneira concreta no mundo por intermédio da sua igreja, santuário sagrado, morada de Deus no Espírito (Efésios 2.19-20).

A nossa oração é para que o zelo de Jesus, nosso Senhor e Mestre, continue por nosso intermédio para que sejamos pedras vivas no edifício vivo e façamos discípulos que façam discípulos até que o edifício fique pronto como noiva adornada para o noivo.

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