O ultimato da vida cristã

Rev. Cristiano Zioli

Ou entrega a vida para que outros vivam, ou não há vida que se possa viver! Para que outros vivam, é necessário que cada cristão tome sua cruz, que é do outro, para que o mundo entenda que o caminho estreito é o caminho a ser percorrido. Na porta estreita só cabe a pessoa que vai passar. Deixa-se na entrada da porta toda bagagem, peso, ideias, conceitos, sonhos, enfim; entra-se pela porta como alguém que vem ao mundo pela primeira vez, nu. O caminho é estreito, como uma trilha, que, ou se anda com mãos dadas, ou carregado no colo, mas nunca sozinho.

Enquanto o mundo cria uma ilusão de controle e poder que podemos alcançar, vamos abrindo mão justamente daquilo que nos dá significado e identidade. O topo nunca chega, a meta sempre dobra, o stress sempre chega mais cedo do que no ano passado. A depressão não é mais uma doença tão rara. Rara, como diz Lenine, é a vida. O cristão deixa de viver, entregando sua vida a Cristo, mas a recebe novamente, renovada, resignificada, redimida. O sangue de Jesus foi derramado para que nenhum outro sangue fosse derramado injusta e necessariamente. Jesus nos basta. Seu sofrimento nos é suficiente.

Se o homem tivesse o poder do universo nas mãos, com um estralar de dedos, tudo iria para o esquecimento. Porém, Cristo, que tem todo o universo sob Seu comando, decide Ele mesmo morrer para que outros vivam. E assim estabelece um novo padrão: não sou mais eu, mas Cristo é que deve viver em mim. O túmulo está vazio, não porque espera alguém ocupá-lo, mas está vazio precisamente porque Alguém saiu de lá!

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