O REI QUE SE FEZ ESCRAVO

 

 

Mathias Quintela de Souza
l  Pastor titular da 1ª IPI de Curitiba  l

A Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, que celebra os seus 120 anos de organização, é herdeira da reforma do Século XVI e tem como princípio, dentre outros, que SOMENTE CRISTO é o mediador da nossa salvação. Além de SACERDOTE e PROFETA, ele é O REI que se fez escravo para nos libertar da escravidão do pecado. A IPIB enfatiza a realeza de Cristo, tendo como lema lutar “Pela Coroa Real do Salvador” e como desafio erguer bem alto “o Pendão Real que nos entregou o Rei”. Cabe-nos receber com gratidão e responsabilidade esse legado e, com base em Filipenses 2.1-11, reconhecer o nosso potencial (2.1), discernir os obstáculos que precisamos superar (2.2-4) e prosseguirmos firmes como discípulos de Jesus, tendo as mesmas ATITUDES do nosso Senhor e Mestre.

O rei que SE ESVAZIOU para se fazer gente como nós. Nasceu num lar humilde, filho de um carpinteiro e de uma camponesa. Teve como maternidade uma estrebaria e como berço um cocho onde os animais comiam. Afirmou, durante o seu ministério, que as aves do céu têm os seus ninhos e as raposas os seus covis, mas ele não tinha onde reclinar a cabeça. Fez a entrada triunfal em Jerusalém montado num jumentinho. Foi escarnecido pelas autoridades civis e eclesiásticas ao receber uma coroa de espinhos onde era golpeado com um caniço. Ao invés do trono, foi erguido numa cruz de vergonha e dor. Na cruz, identificou-se com o pecador, não com o pecado. Tomou o nosso lugar. Mas venceu a morte pela ressurreição. Nele, morremos para o pecado e ressurgimos para uma nova vida. Ele se esvaziou, sendo Deus, para que todos que se esvaziam do egoísmo idólatra, fiquem cheios do Espírito Santo. Quem se humilha será exaltado.

O rei que SE FEZ ESCRAVO para nos libertar da escravidão. Quem comete pecado é escravo do pecado, afirmou Jesus. Ao assumir a natureza humana ele identificou-se com o escravo, não com a escravidão. Como Filho, tornou-se escravo para nos libertar da escravidão do pecado e nos dar o direito de sermos filhos de Deus. Ao nos submetermos a ele como Salvador e Senhor, não recebemos o espírito de escravidão para vivermos outra vez atemorizados, mas o Espírito de adoção, por meio do qual clamamos: “Aba, Pai.” (Ver Romanos 8.15-17) Em Cristo, Deus nos liberta do poder das trevas e nos transporta para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a remissão dos pecados (Colossenses 1.13-14). Por isso, quando Paulo combatia os falsos mestres, afirmou: Pois não nos pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por amor de Jesus (2 Coríntios 4:5, NVI). Como discípulos, seguimos nas pisadas do Mestre que se fez escravo para libertar vidas.

O rei que SE SACRIFICOU para empoderar os seus súditos. Jesus, o Filho, honrou o Pai pela obediência até à morte de cruz e, por isso, foi honrado pelo Pai que lhe deu toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28.18; Filipenses 2.9-11). Quando negamos a nós mesmos e tomamos a nossa cruz como discípulos, honramos o Filho pela obediência e ele nos honra, dando-nos o direito de usarmos a autoridade do seu nome. Reveste-nos, também, com o poder do alto para darmos continuidade às suas obras até à consumação do plano redentor, quando será implantado definitivamente o Reino de Deus (João 14.12-14; 1 Coríntios 15.24-26).

Que honra sermos participantes da obra redentora de Cristo, tendo as mesmas atitudes que ele teve de esvaziamento, de escravidão voluntária e de obediência sem restrição.

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