l Pastora Priscila Madeira Kume l
O milagre na cidade Naim é um dos mais emblemáticos de todo o ministério terreno de Jesus. Encontramos esse milagre descrito somente no evangelho de Lucas 7 :11-17. Interessante notar que Lucas emprega o título de “Senhor” a Jesus, indicando que ele é o Cristo, o Senhor da Vida. O capítulo mostra que o milagre aconteceu pouco depois de Jesus ter curado o servo de um centurião (7:1:10) que estava à beira da morte, enquanto o filho da viúva de Naim já havia morrido. No primeiro caso, Jesus revelou seu poder sobre uma grave doença, mas no segundo, Ele revelou seu poder sobre a morte. A Bíblia não dá muitos detalhes sobre sua vida dessa mulher, não diz seu nome, idade, nem outros detalhes sobre sua família. Sabemos apenas que essa mulher já havia enfrentado o luto em sua história de vida, passou a dura dor do falecimento de seu marido. É neste contexto da vida, que Jesus em seu ministério pela Galiléia, passa perto de uma pequena aldeia chamada Naim, próxima de Nazaré, onde se depara com essa cena comovente. Uma mãe viúva em lágrimas, seguida de uma grande multidão que a acompanhava para sepultar seu único filho.
O que Jesus poderia fazer por essa mãe com o coração enlutado? A dor inconsolável das perdas e seu lamento profundo chegam até o coração misericordioso de Jesus, que é o Senhor da Vida. Ele a vê, e sente profunda compaixão! Nas escrituras sagradas, Jesus, movido por compaixão curava as pessoas em Mt 14:14. Aquele que é o Senhor da vida não é insensível e indiferente à dor humana. Ele se aproxima dela, vê as suas lágrimas, e diz: não chores! Jesus dirige estas palavras para aquela mãe, para muitos talvez soasse como algo inconveniente, mas foi um gesto de consolação. Jesus queria que ela parasse de chorar não de forma momentânea, mas definitivamente. É como se ele dissesse, não chore, pois você não terá mais motivo pra isso. Os comentaristas a respeito dessa passagem afirmam que o motivo da compaixão de Jesus não foi a morte do rapaz, mas as lágrimas daquela mãe. Ela chorava porque já sabia como era aquela dor; já que para o Judeu, se casar e ter um filho homem era o maior sonho de todos, e essa mulher tinha conseguido isso, teve marido, foi abençoada com um filho, mas tudo isso havia sido perdido.
Não precisavam de palavras para explicar, as suas lágrimas falavam isto. Mas como não chorar quando se enterra um filho? Como não chorar quando o cônjuge falece ou abandona o lar? Como não chorar quando vimos um filho doente ou passando por lutas? Como não chorar quando não conseguimos sair de situações que para nós são impossíveis de serem revertidas? No entanto, após dizer a ela que parasse de chorar, o Senhor da vida se aproxima do caixão para realizar aquilo que era impossível. Não há impossíveis para Deus! O Senhor da vida, diz: “jovem, a ti te digo: levanta-te”. E o que fora defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o à sua mãe.
Jesus interveio exatamente no momento em que todos achavam que seria o fim, e que não havia mais nada a ser feito. Mas o Senhor da vida age no momento certo! Levantar é um dos verbos em grego para “ressuscitar”. Jesus transforma as realidades de morte, pois ele é o Messias aquele que veio para salvar. Jesus restituiu a vida e a palavra ao jovem. O que ele falou? A Bíblia não descreve. Mas podemos interpretar que aquele jovem diante do que havia acontecido foi testemunha viva do milagre efetuado. Os filhos são um milagre que Deus concede a família, e cada um deles tem a sua missão, que eles se levantem para a vida que o Senhor os chamou. O Milagre em Naim aconteceu devolvendo a vida naquela família. Em um gesto de ternura, Jesus entregou à mãe viúva seu precioso filho. Jesus não só chama o filho à vida, como também restitui a vida para aquela mãe, no lugar das lágrimas, alegria em ver seu filho vivo. Nosso Deus é fiel! E ele faz infinitamente mais. O milagre não teve efeito só para a mãe viúva e seu filho, mas também para a cidade de Naim. O povo ficou maravilhado diante daquela cena e proclamaram: Deus nos visitou! Os milagres de Jesus não tem só o propósito de enxugar as nossas lágrimas, mas também de dar esperança a todos. Que os milagres que Jesus opera em nossas famílias possam levar as pessoas ao nosso redor a verem e a experimentarem a visitação do Deus vivo em suas vidas! Como diz a música “…só ele pode devolver a vida aos corações”.
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