I Rev. Mathias Quintela de Souza I
No livro de Salmos aprendemos como devemos adorar a Deus. Por exemplo, no Salmo 50, Deus se manifesta de forma gloriosa (50.1-6) para julgar o formalismo religioso do seu povo (50.7-13) e ensiná-lo a cultuar corretamente (50.14-23).
O culto é sacrifício por amor, não por interesse. O povo não é repreendido porque oferece sacrifícios (50.7-8), mas pela motivação errada ao pensar que Deus precisa de ofertas e de sacrifícios para nos dar crédito (50.9-13). Temos acesso a Deus para cultuá-lo “pelo novo e vivo caminho que ele (Cristo) nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hebreus 10.20). Diante disso, não pelos nossos méritos, mas “por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hebreus 13.5; Romanos 12.1).
No culto glorificamos Deus pelas bênçãos recebidas unicamente pela graça. É Deus quem liberta em resposta à oração dos seus filhos (50.15ª); por isso, devemos glorificá-lo (50.15b) e pagar-lhe os votos motivados pela gratidão (50.14). Oferecemos “sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2.5b) porque já estamos salvos pela graça mediante a fé (Efésios 2.8-9) e porque já fomos abençoados “com toda sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (Efésios 1.3).
O culto é relacionamento com Deus e não ritual vazio. É impiedade quando repetimos em ritual os preceitos de Deus e reafirmamos a aliança com os nossos lábios (50.16), mas aborrecemos a disciplina, rejeitamos as palavras de Deus (50.17) e o nosso comportamento não é compatível com aquilo que professamos (50.18-20). Deus nos diz: “Não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as orações, não as ouço” (Isaías 1.13b; 15).
O objetivo de Deus, ao inspirar o autor do Salmo 50, não era condenar o seu povo, mas torná-lo consciente da condição deplorável em que todos estavam como adoradores (50.21) para que considerassem a situação, mudassem de atitude enquanto era tempo (50.22) e glorificassem a Deus através de verdadeiros sacrifícios de ação de graças (50.23).
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