Mathias Quintela de Souza
l Pastor titular da 1ª IPI de Curitiba l
Antes de uma viagem, precisamos conhecer o caminho que nos leva ao destino almejado. Da mesma forma, ao iniciar a jornada de um novo ano, precisamos discernir o caminho que nos leva à vida real. Discernimento necessário porque há caminho que parece direito, mas o fim dele é caminho de morte (Provérbios 14.12). Qual o contraponto ao caminho que parece direito, mas que leva à morte?
Fé x religiosidade. João Batista, precursor de Cristo, batizava os que confessavam os seus pecados, mas chamou de raça de víboras os líderes religiosos israelitas que iam ao profeta, mas rejeitavam o Salvador que ele anunciava. Jesus disse a esses líderes, em outra ocasião, que erravam porque não conheciam as Escrituras nem o poder de Deus. A religiosidade caracteriza-se pela credulidade (superstição) e pela incredulidade (rejeição do poder de Deus). Por isso, nem todos os caminhos (religiões) levam a Deus. O crédulo pode ser levado à fé e tornar-se discípulo de Jesus. Mas o religioso incrédulo, como Saulo, precisa converter-se ao Cristo vivo como Salvador e Senhor e tornar-se discípulo de Jesus. O desafio para nós no novo ano é conhecer tanto as Escrituras quanto o poder de Deus e caminhar nas pisadas de Jesus como o nosso Mestre.
Projeto divino x boas obras. Nem a religião nem as boas obras nos salvam. Somos salvos PELA graça mediante a fé PARA as boas obras. As boas obras, projeto de Deus para nós (Efésios 2.10), são o resultado, não a causa da nossa salvação. As obras que praticamos são motivadas pelo amor que o Pai derrama nos nossos corações pelo Espírito Santo e não pelo interesse em qualquer benefício. O desafio para o novo ano é viver na plenitude do Espírito para que Deus seja glorificado pelas obras que as pessoas verão em nós (Mateus 5.16).
Contentamento x prosperidade. Tudo quanto o justo faz será bem-sucedido (Salmos 1.3b). Isto significa isenção de perdas, de necessidades, de doenças, de aflições? A nossa prosperidade consiste em cumprir cabalmente a nossa missão, como Jesus, o nosso Senhor. Ele foi pobre, oprimido, esmagado, espoliado, mas a boa vontade do Senhor prosperou em suas mãos e por isso ele pode alegrar-se com o resultado do penoso trabalho da sua alma (Isaías 53; Hebreus 12.1-3). Abraão tinha muitas posses, mas quando ofereceu Isaque, sua maior riqueza, mostrou o caminho do discipulado cristão: qualquer um de vocês que não renuncia a tudo o que tem não pode ser meu discípulo (Lucas 14:33). O desafio para o novo ano é aprender a viver contente em qualquer situação (Filipenses 4.11-13).
Jesus nos adverte: — Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela. Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o encontram (Mateus 7:13,14).
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