l Pastor Mathias Quintela de Souza l Atos 6.1-7; 20.17,28; 1 Pedro 5.1-3
De acordo com as nossas normas, a autoridade eclesiástica é inteiramente espiritual, sendo de ordem e de jurisdição (Constituição Art 8º). Portanto, os que exercem autoridade na igreja local são oficiais (pastores, presbíteros e diáconos) que lideram sob a autoridade de Cristo para a edificação da igreja. Na comunhão do corpo de Cristo todos são sacerdotes, servos, ministros (1 Pe 2.4-5; 4.10). A Constituição estabelece, ainda, que a autoridade com que Cristo investiu a sua Igreja pertence ao todo: aos que governam e aos que são governados (Art 7º). Daí a importância da eleição de oficiais que será feita no dia 28 deste mês, quando todos os membros terão a oportunidade de exercer este direito e de cumprir este dever da mais alta importância para a vida da igreja.
Diáconos e diaconisas. O crescimento da comunidade cristã exigiu o aperfeiçoamento institucional da igreja (At 6.1). Os apóstolos estavam sobrecarregados e, para não fugirem do foco do seu ministério (At 6.2), promoveram a eleição de pessoas conceituadas, espirituais e sábias (At 6.3) para servir às mesas (At 6.2b). O bom testemunho, a espiritualidade e a sabedoria das pessoas que exercem a diaconia na igreja ficam evidentes nas qualificações mencionadas em 1 Timóteo 3.8-13. Não só os candidatos, mas todos nós, devemos ler com atenção esta passagem bíblica, pois o trabalho dos oficiais que exercem o diaconato faz sentido quando toda a igreja é comunidade diaconal, comunidade de serviço.
Presbíteros e presbíteras. No encontro de Paulo com os presbíteros da igreja de Éfeso (At 20.17), ele fez esta exortação: Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue (Atos 20:28). A palavra grega presbítero significa literalmente o mais velho, o ancião, a pessoa respeitada em virtude da sua maturidade e integridade. Por isso Pedro, que exercia a função de apóstolo, se apresentava como presbítero entre os presbíteros (1 Pe 5.1). Por outro lado, a palavra bispo (supervisor), aplicada aos presbíteros, significa a posição do líder que supervisiona os seus liderados e, por isso, os conhece como pessoas em suas necessidades. Por fim, os presbíteros devem pastorear a igreja de Deus (At 20.28b), cuidando do rebanho como servos do Supremo Pastor de quem receberão a coroa da glória (1 Pedro 5.1-4). As marcas da maturidade, da espiritualidade, da competência e da integridade dos presbíteros e presbíteras ficam evidentes em 1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9. Estes textos devem ser lidos com zelo por todos nós, pois a finalidade principal dos presbíteros é levar todos os crentes à maturidade espiritual para que haja cuidado e pastoreio mútuo na igreja como comunidade do Reino (1 Pe 4.10; Efésios 4.11-16).
O crescimento da igreja em qualidade e quantidade depende da disposição e da capacidade dos oficiais, principalmente dos presbíteros regentes e docentes, de descentralizar o poder dos dons do Espírito, pela delegação de autoridade, como demonstram os exemplos de Moisés (Êxodo 18.13-26) e dos apóstolos (Atos 6.1-7). Desta forma, torna-se possível a prática do princípio de que cada crente é um ministro.
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