Largue as pedras e abrace a segunda chance

 

 

 

Priscila Madeira Kume
l  Pastora auxiliar da 1ª IPI de Curitiba  l

Há um ditado que diz “quem tem telhado de vidro, não atira pedra no do vizinho”. Vivemos em uma sociedade, que não sabe o valor verdadeiro do perdão. A narrativa que encontramos no evangelho de João 8.1-11, traz o título “A mulher adúltera”, mas poderia ser a mulher perdoada, pois esse é o desfecho dessa história.  Nesta passagem bíblica, os primeiros versos descrevem que Jesus se encontrava naquele momento no pátio do Templo, ensinando às pessoas que ali estavam. Não sabemos, qual era o tema que Jesus estava abordando, mas os acontecimentos seguintes nos mostram que seria sobre: Acolhimento, perdão, misericórdia, cura emocional, restauração e esperança. A história da mulher adúltera, nos desafia a largarmos as pedras e abraçarmos a segunda chance que ele nos dá para vivermos uma nova história. Do Antigo ao Novo Testamento vemos que Deus se revela como um Deus que oferece sempre uma segunda chance ao ser humano. A sua Palavra nos diz que ele “rico em perdoar” (Isaías 55:9), pois assim ele age com seus filhos. Fomos criados à imagem e semelhança dele, então, pergunto: Você também tem sido rico em perdoar? Jesus nos ensina como devemos amar nossos semelhantes, assim como ele nos ama.

Através desta lição, diante do possível apedrejamento daquela mulher, Jesus indaga: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra”. Onde estão os teus acusadores?” Ninguém te condenou? Jesus nos desafia a olharmos para nós mesmos e reconhecermos que diante dele, todos nós somos pecadores.

A preocupação dos escribas e fariseus não era tratar a conduta daquela mulher, mas sim armar uma armadilha contra Jesus. É muito mais fácil apontar o dedo para o erro do outro, do que olhar para as suas próprias falhas. Ao questioná-los, Jesus os leva a examinarem as suas próprias condutas e os faz perceber que eles também eram pecadores tal qual aquela mulher. A diferença que o pecado deles não estava sendo exposto como o dela, mas Jesus conhece os corações.

Diante de Jesus, sabemos que não somos perfeitos e por isso, precisamos do seu perdão. Como está escrito: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé”. (Rm 3:23-26). O caminho da santificação, nos leva a reconhecermos o quanto somos falhos, mas o quanto o nosso Deus é misericordioso e nos trata com seu amor infinito. Ele se entristece com o pecado, mas nos acolhe e nos oferece uma segunda chance. Em Cristo, através de sua morte e ressurreição recebemos o perdão, o derramar do seu sangue pagou a nossa dívida. Jesus é o nosso defensor, ele fez todas as pedras caírem no chão, pois já não há condenação para aqueles que estão Nele!

Largue também as pedras, não as atire, lembre-se de quem você é, e abrace o perdão divino, praticando o perdão as pessoas que erraram com você. Talvez você mesmo não consiga se perdoar. Sim, há pessoas que tem dificuldade de perdoar seus próprios deslizes, se culpam, carregam um fardo enorme. Olhe pra Jesus e ouça a suas palavras: “Ninguém te condenou? Eu também, não te condeno!” Jesus, nosso libertador! Ele nos liberta do peso do pecado, e nos cura emocionalmente. A palavra de Deus nos diz João 8.36: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”  Você é livre em Jesus! Levante a cabeça pois ele lhe oferece o perdão que cura, restaura e permite um novo recomeço. “Vá e não peques mais”, essa é a sentença de liberdade que Cristo proclama! Ele morreu por nós para nos dar uma nova vida! Estamos livres não para voltarmos aos erros do passado, mas para vivermos um novo capítulo na nossa história.

Largue o passado, abrace a sua nova vida em Cristo. O seu passado nas mãos de Deus se torna em testemunho de salvação e esperança. Cristo salvou aquela mulher da morte por apedrejamento e deu a ela uma nova chance de viver, uma vida digna, vida construída sobre o alicerce dos princípios e dos valores do Reino. É assim que Jesus nos trata, em seus braços encontramos amor, perdão, vitória, renovo e esperança para recomeçar. Esse é o discipulado de Jesus, que nos ofereceu na cruz uma nova vida, uma segunda chance, e que assim como ele nos deu essa oportunidade, que possamos ter as mesmas atitudes que ele teve, praticando o discipulado do perdão restaurador e cheio da misericórdia de Deus, que se projeta para a eternidade.

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