l Rev. Mathias Quintela de Souza l
José era chefe de uma família normal, como a família de cada um de nós, sujeita a tentações, problemas, conflitos e dificuldades. A família dele, no entanto, tornou-se saudável e funcional porque José foi um esposo e pai segundo Deus, não segundo os homens. Viver segundo Deus significa ser guiado pelo Espírito de Deus em todas as decisões e ações práticas da vida (Romanos 8.14).
José foi guiado por Deus em relação ao casamento. Era noivo de Maria, mas entes de se unirem, ela se achou grávida pelo Espírito Santo (Mateus 1.18b). Ele concluiu apressadamente que tinha sido traído. Podia denunciá-la de acordo com a Lei, com provas evidentes, e as consequências seriam terríveis para ela (Deuteronômio 22.20-21). No entanto, sendo um homem justo e não querendo envergonhá-la em público, resolveu deixa-la sem que ninguém soubesse (Mateus 1.19b). Além de justo, José era ponderado, prudente, piedoso e obediente. Por isso, enquanto refletia na sua decisão, eis que lhe apareceu em sonho um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e você porá nele o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles (Mateus 1.20b-21). Jose agiu de acordo com revelação celestial: …fez como o anjo do Senhor lhe havia ordenado e recebeu Maria como esposa (Mateus 1.21). Pela graça, José elevou-se ao nível dos pensamentos e dos caminhos de Deus e o relacionamento conjugal com Maria foi salvo (Isaías 55.8-9).
Jose foi orientado por Deus quanto ao cuidado do filho. José e Maria podiam agora viver felizes aos percebe que, sob a direção do Alto, os propósitos de Deus estavam se cumprindo nas suas vidas. O rei Herodes, no entanto, ao perceber que tinha sido enganado pelos sábios do Oriente, mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo (Mateus 2.16b). O recém-nascido rei do judeus escapou da ânsia assassina de Herodes porque José recebeu outra vez a mensagem celestial: Levante-se, tome o menino e sua mãe e fuja para o Egito. Fique por lá até que eu avise você; porque Herodes há de procurar menino para mata-lo (Mateus 2.13). José prontamente obedeceu apesar da viagem longa, perigosa, com destino a um país pagão que no passado tinha oprimido o seu povo. Ficou no Egito até que recebeu nova orientação: Levante-se, tome o menino e sua mãe e vá para a terra de Israel, porque os que queriam matar o menino já morreram (Mateus 2.19b). É sob a orientação de Deus que a missão paterna do cuidado, da proteção e da educação pode ser plenamente cumprida.
José foi orientado por Deus na formação do seu filho para a missão. Aos doze anos de idade, Jesus foi levado por José e Maria ao templo de Jerusalém para a Festa da Páscoa (Lucas 2.41-42). Nessa idade o menino judeu já era considerado “filho da lei” e assumia algumas responsabilidades de adulto. Terminados os dias da festa, os pais estavam regressando, sem perceber que Jesus tinha ficado em Jerusalém. Retornaram e depois de três dias o encontraram no templo ouvindo e interrogando os doutores da lei. Filho – disse sua mãe – por que você fez isso conosco? Seu pai e eu estávamos aflitos à sua procura (Lucas 48b). A resposta foi típica de um adolescente que está se desabrochando para ocupar o seu lugar no palco do teatro da vida: Por que me procuravam? Não sabiam que eu tinha que estar na casa de meu Pai? (Lucas 2.49). Jesus já demonstrava consciência da sua missão. Seus pais não compreenderam o sentido das palavras de Jesus, mas Maria guardava todas estas coisas no coração (Lucas 2.50-51). A partir desta narrativa José desaparece de cena e não se faz referência a Jesus até ao início do seu ministério quando tinha trinta anos de idade. Mas foi preparado para a missão porque dos doze aos trinta anos esteve na casa dos pais, era-lhes submisso e crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens (Lucas 2.51-52).
Viver segundo Deus, andando no Espírito e não na carne, é a condição para construirmos relações saudáveis e funcionais na família e, a partir da família, na igreja, no trabalho e em todas as esferas da vida.
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