I Revª Priscila Madeira Kume I
Todos nós estamos sofrendo, de uma forma ou de outra, com os impactos que o isolamento social tem nos causado. Um sacrifício para preservar o máximo às pessoas que amamos. Toda separação é difícil. Independentemente do seu motivo. Há decisões que tomamos que parecem dolorosas, mas tem um objetivo bom. Esta é uma!
Me recordo quando em meados de 2001, tive que me mudar para Londrina, afim de estudar teologia por 4 anos, no seminário teológico da IPIB. Tive que me separar da minha família e não mais ter o convívio cotidiano com eles, pois fui morar em outra cidade. Naquela época a tecnologia não era tão avançada como nos dias atuais, que amenizam a saudade. Todas as vezes que eu vinha a Curitiba pra visitá-los era o céu para mim, mas quando chegava o dia de retornar, era uma dor imensa, ter que encarar aquele distanciamento. No fundo eu dizia a mim mesma: é temporário, logo estarei com eles. Logo voltarei pra casa novamente.
Nos ensinos de Jesus, momentos antes de sua crucificação, os discípulos ficaram tristes e confusos, pois o Mestre estava falando que iria partir. As palavras eram de despedida, e ao mesmo tempo de esperança, pois, haveria o reencontro. Jesus disse que sua hora estava chegando, que Ele iria partir, para preparar uma morada celestial, mas que retornaria para buscá-los.
Diversos sentimentos invadiam o coração dos discípulos: dor, tristeza, e angústia por saber que Jesus não estaria mais com eles. Não conseguiam enxergar naquele momento que o motivo era bom. Concluir a missão que o Pai havia designado era previsto. Ele morreria em favor do seu povo, cumprindo o que fora outrora predito. Jesus, os anima, dizendo que eles não estariam sozinhos, que o Espírito Santo, o Consolador, viria para que não se sentissem abandonados, e os faria lembrar-se de todas as coisas. Jesus os fortalece, para que prosseguissem com fé e esperança para enfrentar o que viria pela frente.
O escritor Tomás Halík, em seu livro “Não sem esperança”, diz: A fé e a esperança deveriam sempre andar de mãos dadas, assim como os apóstolos Pedro e João caminharam até o túmulo vazio na manhã da Páscoa; talvez a esperança dê preferência à fé, para que ela olhe para dentro do túmulo e diga o que vê. Mas devemos lembrar que a esperança corre mais rápido e é a primeira a chegar no destino.
Existem momentos em que a fé é lenta, como certamente foi o caso naquela noite após a sexta-feira Santa, mas, como aconteceu também naquela noite, a fé é impulsionada pela esperança que lhe aponta o caminho.
Fé e a esperança, são a força propulsora da vida. Tudo é passageiro, só suportamos tendo fé e avançamos por causa da esperança, crendo e esperando por dias melhores.
Jesus disse que Ele estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos! Podemos estar distantes geograficamente, mas não estamos sozinhos. Jesus está conosco neste nosso caminho. As escrituras se cumpriram. Jesus morreu, ressuscitou e está vivo, da mesma forma que Ele caminhou com os discípulos que viram sinais e maravilhas, Ele também está conosco! Que durante este tempo em nossas casas, possamos ver os sinais e maravilhas, através da Sua vida em nós e dentro dos nossos lares. Como diz o hino: “porque ele vive posso crer no amanhã, porque ele vive temor não há!” Jesus, nosso redentor, revelou o Seu nome e Sua natureza: O filho de Deus nos salvou e está conosco! Isso precisa nos bastar.
Deus não nos garante um decurso livre de dores, lutas, pelo contrário, Ele mesmo disse em João 16:33 que “no mundo tereis aflições, mas tenham bom ânimo. Eu venci o mundo”. Nisto está firmada a nossa fé e esperança. Que esta crise atual que estamos enfrentando possa nos fortalecer em Cristo e que nossos lábios testemunhem que: Ele vive e está conosco!
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