Mathias Quintela de Souza
l Pastor titular da 1ª IPI de Curitiba l
João 4.1-42; 7.37-39 l A água na Bíblia é uma figura para explicar realidades espirituais. A rocha da qual jorrou água para saciar a sede dos israelitas no deserto (Ex 17.6) era figura de Cristo (1 Co 10.4). A água viva que jorra de Cristo para saciar os que nele creem é símbolo do Espírito Santo (Jo 7.37-39). No encontro de Jesus com a mulher samaritana, as metáforas da água e da sede nos ensinam lições preciosas. Jesus é a fonte da água viva.
Água que cura, purifica. Mesmo sem entender a dimensão espiritual do ensino do Mestre, a samaritana quis beber a água que satisfaz plenamente. Jesus, então, como profeta, revelou a triste situação daquela mulher. Tentando saciar sua sede de amor com o sexo, tornou-se insaciável, espiritualmente vazia. Teve cinco maridos e morava agora com um homem que não era seu marido. Ela quis fugir da real situação propondo discutir religiosidade: Onde devemos adorar a Deus? Jesus deixou claro que o verdadeiro adorador é o salvo pela misericórdia de Deus mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tito 3.4-7). O adorador é aquele que se arrepende, é perdoado do seu pecado, purificado da injustiça e regenerado pelo poder do Espírito Santo. O calvário precede o pentecoste.
Água que satisfaz. Ao ser confrontada no seu pecado, ela demonstrou esperança no Messias profetizado nas Escrituras. E a revelação foi surpreendente! Ela não estava diante apenas de um judeu ou profetas, mas diante do Messias, do Cristo Filho do Deus vivo! Que graça! Que misericórdia! Jesus estava exatamente no lugar onde podia encontrar-se com uma samaritana pecadora. É sempre assim. O fato de ela ter deixado o cântaro junto ao poço, mostra que foi transformada de uma religiosa numa verdadeira adoradora. Jeremias nos adverte contra o perigo de abandonarmos a fonte da água viva para cavarmos cisternas rachadas que não retêm as águas (Jeremias 2.13).
Água que transborda. A água que Jesus dá não apenas satisfaz, mas torna-se no crente numa fonte a jorrar para a vida eterna (4.14). Os rios que fluem do interior dos discípulos de Jesus (João 7.38) desaguam no caudaloso rio da água viva em cujas margens crescem arvores que dão frutos e cujas folhas são remédio para a cura dos povos (Ezequiel 47.12; Apocalipse 22.1-5). A mulher samaritana, além de adoradora, tornou-se missionária, levando os seus conterrâneos à fé em Cristo como Salvador (João 4.39-41) Então, eles disseram à mulher: Agora não é mais por causa do que você falou que nós cremos, mas porque nós mesmos ouvimos, e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo (João 4:42). Quando continuamos bebendo do verdadeiro manancial, a água viva transborda alcançando pessoas para Cristo.
O poço de Jacó é importante, mas é fonte limitada, e, por isso, aponta para Jesus, o manancial da água viva. Sem beber desta fonte ficamos insaciáveis, espiritualmente vazios, incapazes de produzir frutos que permaneçam. Temos sede verdadeira? A fonte continua acessível: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva (Jo 7:37-38).
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