Igreja de Sardes, revitalização urgente

l  Pastor Mathias Quintela de Souza  l

No passado, Sardes foi capital da Lídia, reino que dominou toda a Ásia Menor e teve o seu tempo de glória no Século VI AC sob o rei Creso. Edificada num altiplano com cerca de 500 metros de altitude, considerava-se inexpugnável até que Ciro, da Pérsía, e mais tarde Alexandre, da Macedônia, sempre à noite, entraram por brechas encontradas nas muralhas e dominaram a cidade fortificada. Este contexto histórico mostra a relevância da advertência de Cristo à igreja daquela cidade: …se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti (Ap 3:3). A esta igreja com excesso de confiança em si, Cristo apresenta-se como aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas (Ap 3:1b). Sete Espíritos significam a plenitude da autoridade de Cristo, que se manifesta pelo poder do Espírito (Is 11.2; Ap 1.4; 4.5;5.6) presente nas igrejas (sete estrelas), para revitalizar os membros mortos, curar os membros doentes e mobilizar o remanescente fiel (Ver Ap 1.4; 4.5; 5.6; Is 11.2).

Cristo em nós pode vivificar os mortos. Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto (Ap 3:1b). Neste contexto, Cristo vivifica pela conversão (Ef 2.1) e pela restauração (Lc 15.21-24). Isto acontece quando cremos, como afirmou Jesus a Marta diante do coro putrefato de Lázaro (Jo 11.39): Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? (Jo 11:40). É preciso retirar a pedra que amaina o mal odor de uma igreja espiritualmente morta para que tenhamos a mesma experiência do filho pródigo: Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado (Lc 15:23b-24).

Cristo em nós pode curar os doentes. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus (Ap 3:2). Enquanto alguns membros já estavam mortos, outros estavam na UTI. Santidade é vida cristã normal. Não é enfeite, acréscimo (Hb 12.14). O crente não é infalível, mas é íntegro. Por isso, Cristo admoesta: Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te (Ap 3:3a). E avisa: Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti (Ap 3:3b).

Cristo em nós pode mobilizar o remanescente fiel. Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas (Ap 3:4). Essas poucas pessoas de Sardes que são íntegras, puras, santas e dignas andarão com Cristo. Andar com Cristo significa aprender continuamente dele (Ver Mt 11.28-30) e ir com ele aonde estão as pessoas que precisam do evangelho que liberta, que cura, que salva (Ver Mt 9.35-38). Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará (Jo 12:26).

Como acontece em todas as igrejas, em Sardes há também vencedores! Estes, que honraram a Cristo pela obediência, serão honrados por Cristo diante do Pai e terão seus nomes escritos eternamente no livro da vida, vestidos de linho finíssimo, resplandecente e puro, que são atos de justiça dos santos (Ap 3.5-6; 19.7-8).

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