l Rev. Mathias Quintela de Souza l
Diariamente perseveravam unânimes NO TEMPLO, partiam pão DE CASA EM CASA e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração (Atos 2:46).
Era uma vez uma igreja criada com duas asas. Uma asa era para a celebração em grupos grandes e a outra para a comunidade dos grupos pequenos. Utilizando ambas as asas, a igreja conseguia voar alto e se aproximar da presença de Deus e ainda sobrevoar graciosamente toda a terra, cumprindo o propósito do Criador.
Um dia, uma enciumada e malvada serpente, que não tinha asa alguma, desafiou a igreja a voar apenas com a asa do grupo grande. A serpente aplaudiu efusivamente quando a igreja conseguiu levantar voo (mesmo que de forma desajeitada) e a convenceu de que, com muito exercício, ela conseguiria com apenas uma asa. Isto aconteceu durante o reinado de Constantino, 300 anos depois de o Criador ter usado a igreja de duas asas para frustrar os planos da serpente malvada que não tinha asas.
A asa do grupo pequeno se tornou cada vez mais fraca por falta de exercício até atrofiar e tornar-se um apêndice sem vida e sem utilidade ao lado da asa exagerada do grupo grande. A igreja de duas asas que havia planado nas maiores alturas se tornou agora uma igreja de uma asa, girando em círculos. De vez em quando, a igreja lembrava que já havia voado com duas asas e sonhava com a possibilidade de fazê-lo novamente. Mas agora a poderosa asa do grupo grande se tornou tão dominante que não aceitava nenhum tipo de auxílio da parte mais fraca. O Criador, no entanto, que ama o seu povo, está construindo uma nova igreja de duas asas. Uma igreja que possa voar até a sua presença e sobrevoar a terra cumprindo os propósitos dEle (Parábola contada por Bill Beckham no livro “A Segunda Reforma”).
A Reforma Protestante do Século XVI, da qual somos herdeiros, afirmou o princípio bíblico do sacerdócio universal dos crentes, mas, por razões diversas, não tornou este princípio uma prática efetiva na vida da igreja. No entanto, como somos igreja reformada que está sempre se reformando, cabe a nós restaurar as comunidades de base porque sem elas é praticamente impossível incluir todos os crentes nos ministérios do povo de Deus.
A malvada serpente, no entanto, se opõe com tudo o que pode para impedir a restauração da asa quebrada ou atrofiada. Mas isto não nos intimida porque Deus ressuscitou a Jesus, dando-lhe posição de domínio sobre todas as forças do mal (Efésios 1:20-21) e nele nos fez assentar nas regiões celestiais (Efésios 2:6). É nesta posição que travamos a batalha espiritual. Com a armadura de Deus e orando no Espírito Santo podemos resistir no dia mau e permanecermos inabaláveis depois de termos vencido tudo (Ver Efésios 6.10-20).
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