l Rev. Mathias Quintela de Souza l
Igreja, comunidade do Espírito Santo é sub tema de Igreja comunidade do Reino de Deus, o tema proposto para o mês de junho. Durante quarenta dias após a sua ressurreição, Jesus apareceu aos discípulos e conversava com eles sobre o Reino de Deus, tema central dos seus ensinos nos Evangelhos. Numa dessas aparições, talvez a última, ele determinou aos discípulos que não se ausentassem de Jerusalém até que recebessem a promessa do Pai, isto é, até que fossem batizados com o Espírito Santo (ver Atos 1.3-5). Vejamos, então, algumas marcas da igreja como Comunidade do Espírito Santo.
Unidade. Durante dez dias após a ascensão de Jesus, os apóstolos, com outros discípulos, permaneceram no cenáculo e perseveravam unânimes em oração até o dia de Pentecoste (Ver Atos 1.4-9,12-14 e 2.1). Quando o Espírito Santo foi derramado, foram vistas línguas como de fogo, distribuídas entre eles, e pousou uma sobre cada um deles e todos ficaram cheios do Espírito Santo (ver Atos 2.2-4). Foi uma experiência individual e comunitária. A partir deste acontecimento que marcou o nascimento da Igreja do Novo Testamento, todos os que se unem a Jesus pela fé passam a viver em unidade, pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito (1 Coríntios 12:13). A unidade é real, não um sonho, mas devemos preservar essa unidade do Espírito no vínculo da paz (Efésios 4.3) para que o mundo creia em Jesus como enviado do Pai para ser nosso Senhor e Salvador (João 17.21).
Movimento. De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados (Atos 2:2). A definição mais simples de vento é o ar atmosférico em movimento natural. A palavra traduzida para espírito tanto do hebraico como do grego significa sopro. Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente (Gênesis 2:7). Jesus soprou sobre os discípulos e disse-lhes: — Recebam o Espírito Santo (João 20:22b). O vento sopra onde quer, você ouve o barulho que ele faz, mas não sabe de onde ele vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito (João 3:8). Portanto, a igreja como comunidade do Espírito jamais é estática como um monumento mas sempre dinâmica como o vento, que é ar em movimento. O sopro de Deus no dia de Pentecostes transmitiu aquela vida plena, real e abundante que se manifestou no ministério de Jesus na terra (João 10.10b).
Comunidade dos últimos dias. O que aconteceu no dia de Pentecostes foi um fato histórico datado e localizado, mas com efeitos permanentes até a volta do Senhor. Cumpriu-se a profecia de Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz Deus, que derramarei o meu Espírito sobre toda a humanidade. Os filhos e as filhas de vocês profetizarão, os seus jovens terão visões, e os seus velhos sonharão (Atos 2:17). Neste tempo serão manifestados os sinais da vinda de Jesus (Atos 2.19-20a) até que venha o grande e glorioso Dia do Senhor. (Atos 2:20b). O poder do Espírito se manifesta desde o Pentecostes até a volta do Senhor em profecias, sonhos e visões numa comunidade onde ninguém se priva da unção do Espírito Santo (Atos 2.17; João 2.20,27). Será tempo de salvação. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Atos 2:21).
A nossa experiência de igreja como comunidade do Espírito Santo é tanto uma realidade quanto uma esperança, que desperta em nós, por um lado, gratidão, e por outro lado, o empenho na busca de um profundo reavivamento espiritual com zelo e ardor.
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