l Rev. Mathias Quintela de Souza l
Jesus é a fonte, e quando bebemos dele, rios de água viva fluem do nosso interior. No entanto, para que esta fonte fosse aberta para saciar, com o dom do Espírito, os sedentos que dela se aproximam pela fé (João 7.37-39), foi necessário que Jesus exercesse o seu ministério na unção do Espírito Santo (Lucas 4.18-19,21; que, pelo Espírito eterno, ele se entregasse à morte por nós (Hebreus 9.14); que também, pelo Espírito, ele vencesse a morte pela ressurreição (Romanos 8.11); por fim, que fosse glorificado à direita do Pai para que o Espírito Santo fosse derramado (Atos 2.33). Fica claro que pelo ministério, morte, ressurreição e ascensão de Cristo a comunidade do Espírito Santo é essencialmente comunidade cristocêntrica (Atos 2.22-36).
O ministério de Jesus revela a VIDA de Jesus: identidade, caráter e missão (Atos 2.22). Ao submeter-se ao batismo de João, de arrependimento, Jesus identificou-se com o pecador e aceitou, em obediência, o plano do Pai que incluía a sua morte na cruz. Por isso, foi ungido com o Espírito Santo e ouviu do Pai: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mateus 3.13-17). Na tentação, além de reafirmar a identidade de Filho, ele venceu onde o primeiro homem caiu e revelou também o caráter do Pai no Filho (Mateus 4.1-11; Hebreus 4.15). Na missão, Jesus foi aprovado por Deus diante das pessoas com milagres, prodígios e sinais (Atos 2.22). Ele é, portanto, o paradigma da pessoa e da igreja cheia do Espírito Santo que glorifica a Cristo.
Na obediência ao Pai, Jesus entregou sua VIDA na cruz por nós (Atos 2.23). Foi pelo Espírito eterno que ele se entregou ao Pai para morrer na cruz em nosso lugar (Hebreus 9.14). Do alto da cruz ele nos atrai (João 12.32-33) porque a cruz revela amor (João 3.16) e justiça (2 Coríntios 5.21). Ao nos unirmos a Jesus pela fé, unimo-nos na sua morte na cruz e morremos para o pecado. Pelo sangue de Cristo os nossos corações ficam limpos, como vasos, para receber o precioso azeite do Espírito. Sem calvário não há pentecoste tanto na obra histórica de Jesus como na nossa experiência nele. A comunidade do Espírito é comunidade cristocêntrica.
Jesus venceu a morte pela VIDA na ressurreição (Atos 2.24-32). Se já estamos reconciliados pela morte do Filho, seremos salvos por sua vida (Romanos 5.10). Ser cristão é muito mais do que confessar um credo. É viver a vida ressurreta e poderosa de Cristo mediante o Espírito que ele envia aos nossos corações (Gálatas 2.19-20; 4.6-7). Incluídos na cruz de Cristo, morremos para o pecado; incluídos na sua ressurreição, nascemos para uma vida nova plena e abundante (Romanos 6.4-6; João 10.10). É pela morte e ressureição de Cristo, e nossa inclusão nestes atos redentores, que recebemos o Espírito Santo e nos tornamos Comunidade do Espírito, essencialmente cristocêntrica.
O Cristo exaltado derrama VIDA em nós pelo envio do Espírito Santo (Atos 2.33-36). Tão importante quanto o ministério, a morte e a ressurreição de Cristo, é a sua ascensão (Atos 1.6-11; João 7.39; 16.6-7,13-15). Jesus glorificou o Pai pela obediência até à morte de cruz, foi glorificado pelo Pai (Filipenses 2.5-11) e cumpriu a promessa do envio do Espírito Santo (Atos 1.4-6,33).. Após a ascensão, Jesus se faz presente e age no mundo pelo seu corpo, a igreja como comunidade do Espírito (Efésios 1.22-23; 2.6; João 14.12,18,23) que centraliza e glorifica a Cristo.
É importante transcrever aqui a missão do Espírito Santo nas palavras de Jesus: Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora. Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês. Tudo o que pertence ao Pai é meu. Por isso eu disse que o Espírito receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês (João 16:12-15). Se o Espírito Santo glorifica a Cristo, então a Igreja centraliza Cristo e manifesta a sua glória no mundo.
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