l Pastor Mathias Quintela de Souza l Mateus 6.1-6, 16-18 l
As bem-aventuranças descrevem o nosso caráter como filhos do Pai celestial. Nesta condição, exercemos influência como sal da terra e luz do mundo ATRAVÉS DE OBRAS QUE LEVAM AS PESSOAS QUE NOS VEEM A DAREM GLÓRIA A DEUS (Mateus 5.1-16). Essa é a justiça que excede em muito a dos escribas e fariseus (Mateus 5.17-20). Há, então, contradição quando Jesus afirma que NÃO DEVEMOS PRATICAR A NOSSA JUSTIÇA DIANTE DOS HOMENS (Mateus 6.1)? Acontece que, no primeiro caso, as pessoas glorificam o Pai celestial quando reconhecem a nossa identidade como filhos de Deus; no texto em estudo, Jesus ensina que só Deus deve nos ver quando damos esmolas, oramos e jejuamos porque só Ele deve ser glorificado. Como podem crer, vocês que aceitam glória uns dos outros e não procuram a glória que vem do Deus único (João 5.44). A glorificação de Deus é o objetivo nas duas situações: justiça moral e justiça religiosa.
A esmola cristã (Mateus 6.2-4). Deus vê e recompensa a esmola que expressa a realidade do coração piedoso e cheio do amor de Deus. Mas a recompensa do doador hipócrita, mascarado, mesmo que seja religioso, é o louvor dos que têm dificuldade para perceber a HIPOCRISIA de doadores ímpios, mundanos, que se promovem em cenas teatrais às custas da miséria humana.
A oração cristã (Mateus 6.5-6). Da mesma forma, Deus vê e recompensa a oração dos discípulos de Cristo que oram no altar da adoração, em segredo, e não gostam, como os hipócritas, de ocupar o palco da ostentação religiosa para serem glorificados pelos homens. Deus falou pelo profeta Amós, que viveu numa época semelhante à nossa quanto à corrupção política, injustiça social e formalismo religioso: Eu odeio e desprezo as suas festas e com as suas reuniões solenes não tenho nenhum prazer. Afastem de mim o barulho dos seus cânticos, porque não ouvirei as melodias das suas liras. Em vez disso, corra o juízo como as águas, e a justiça, como um ribeiro perene (Amós 5.21,23-24).
O Jejum cristão (Mateus 6.16-18). Por fim, Deus vê e recompensa o jejum daqueles para os quais nutrir-se de Deus e viver a justiça do seu reino é mais importante do que satisfazer a fome e a sede físicas. Para os hipócritas, a recompensa é o louvor dos que se deixam manipular pelas aparências de humildade que oculta a ânsia pela glória mundana.
O discípulo de Cristo sente-se recompensado pela alegria de servir ao próximo, pelo privilégio ímpar de chegar à presença do Pai pela mediação de Cristo e pelo fato de que, no quebrantamento e na contrição do jejum, o Deus sublime e santo vivifica o coração dos quebrantados e contritos. A expectativa de recompensa do religioso formalista e hipócrita não se compara com a expectativa do verdadeiro discípulo de Jesus.
Cabe a um de nós responder à pergunta: estou vivendo a realidade da vida cristã piedosa ou estou ostentando as aparências dos que vivem a forma religiosa sem o conteúdo espiritual?
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