l Pastor Mathias Quintela de Souza l Mateus 5.27-32 l
Precisamos ser continuamente transformados pela renovação da nossa mente para que possamos experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus em relação ao casamento, ao amor e ao sexo, de acordo com a palavra de Deus. Neste sentido, Jesus interpretou, como Senhor e Mestre, as instruções da Lei de Deus sobre o adultério e o divórcio, dois temas sensíveis que devem ser abordados com sensibilidade e amor.
O coração como fonte do adultério (Mt 5.27-28). Como aconteceu com o mandamento “não matarás”, Jesus deixou claro que a pessoa é adúltera quando alimenta fantasias na sua mente, mesmo que não pratique atos externos. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem … a PROSTITUIÇÃO …, os ADULTÉRIOS… (Mc 7.21). A imoralidade sexual, a impureza e a libertinagem são obras da carne (Gl 5.19) e quem vive na carne não pode agradar a Deus (Rm 8.8). A cura consiste na purificação da fonte pela regeneração, santificação (Gl 1.4) e mortificação (Mt 5.29-30; Rm 8.13).
O divórcio não é mandamento de Deus (Mt 5.31-32). Em relação ao divórcio, Jesus não citou o decálago (Ex 20.3-17), mas preceitos que visavam proteger a mulher e enaltecer o casamento (Dt 24.1-4; Mc 10.12). Este texto não deixa claro os motivos do divórcio e por isso nos dias de Jesus predominava a ideia de que o homem podia se divorciar da esposa por qualquer motivo (Mt 19.3). Neste contexto, Jesus não se baseou na Lei, mas na narrativa de Moisés que apresenta o casamento como ordem da criação e que corresponde à vontade soberana de Deus (Mt 19.3-12; Mc 10.2-12; Gn 1.26-28; 2.24; Ef 5.31-32). Nestas passagens, o casamento é instituição divina, monogâmica, heterossexual e indissolúvel não só para perpetuação da raça humana, mas como fonte de alegria e prazer (Pv 5.18-19). Então, como fica o divórcio?
O divórcio é permissão de Deus. Jesus corrigiu os fariseus deixando claro que Moisés não ORDENOU, mas PERMITIU o divórcio por causa da dureza do coração humano (Mt 19.7-8). Essa dureza pode criar situações insuportáveis no relacionamento conjugal, o mais íntimo de todos os relacionamentos humanos. No entanto, mesmo em caso de relações sexuais ilícitas, o divórcio continua como permissão divina, não como mandamento. A Confissão de fé da nossa igreja afirma: …nada, a não ser o adultério, é causa suficiente para dissolver o vínculo matrimonial, a não ser que haja deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela igreja nem pelo magistrado civil (Seção VI; 1 Co 7.15). Mesmo o adultério pode ser perdoado quando há arrependimento e abandono do pecado (João 8.10-11).
Estes assuntos devem ser tratados com a maior seriedade porque o pecado, tolerado e alimentado, tem consequências eternas. Pois é preferível você perder uma parte do seu corpo do que ter o corpo inteiro lançado no inferno (Mt 5.29b,30b); a complacência com o pecado significa desprezo do sacrifício de Cristo na cruz para a nossa salvação, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à zombaria (Hb 6.6b). Podemos ser perdoados de qualquer pecado e purificados da injustiça desde que haja confissão real (1 João 1.8-9). Quem esconde as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia (Pv 28.13).
Comentários