A missão possível

 

 

 

Mathias Quintela de Souza
l  Pastor titular da 1ª IPI de Curitiba  l

  Dai-lhes vós mesmos de comer (Lucas 9:13)  l  A primeira multiplicação dos pães é registrada nos quatro evangelhos e faz parte dos sete sinais registrados no evangelho de João. Sinais que apontam para a identidade e a missão de Jesus. Ele é o pão vivo que desceu do céu para dar vida ao mundo (João 6.33-35). Cabe a nós compartilhar este pão, o Cristo vivo que habita em nós, aos famintos do verdadeiro alimento espiritual. As narrativas dos evangelhos demonstram que esta missão é possível por diversas razões.

Fé no poder de Jesus. Mesmo estando num retiro com os doze apóstolos, Jesus acolhe a multidão que o procura, ensina-lhes a palavra e cura os doentes dentre eles. Os apóstolos são sensatos quando aconselham Jesus a despedir as multidões para que encontrem abrigo e comida nos povoados ao redor. O lugar é deserto, o dia declina e eles não têm provisão para alimentar cinco mil homens além das mulheres e crianças. Mas a ordem dai-lhes vós mesmos de comer é obedecida pela fé. De fato, a fé que se expressa na obediência libera o poder de Jesus para fazer milagres. Ontem, hoje e sempre.

Consagração e ação. Jesus multiplica os cinco pães e os dois peixes que lhe são entregues por um rapaz que compartilha o seu lanche (Marcos 6.38; João 6.8-9). Os apóstolos dividem a multidão em grupos de cinquenta e abrem avenidas para que todos sejam atendidos. Jesus continua alimentando famintos (espírito, alma e corpo) quando consagramos a nossa vida e os nossos recursos no altar de Deus e evangelizamos no atacado (multidão) e no varejo (grupos), ou seja, no templo e de casa em casa (Atos 5.42).

Milagre: multiplicação e distribuição. Jesus multiplica os pães e os peixes enquanto os coloca nos doze cestos e enquanto os doze apóstolos os distribuem às pessoas. A generosidade do rapaz que compartilha o seu lanche e a obediência dos apóstolos que fazem a distribuição são lições perenes para nós. Na lógica divina é preciso dividir para multiplicar; é preciso semear para colher. Para quem semeia, Deus dá o pão que alimenta e a semente para que a multiplicação continue. Lei natural e espiritual. Não se come a semente!

A missão continua conosco. Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que ainda sobejaram foram recolhidos doze cestos cheios (Lucas 9:17). Os doze cestos cheios, depois que todos comeram e se fartaram, apontam para a igreja, depositária da multiforme graça de Deus (1 Pedro 4.10). Graça que supre em glória cada uma das nossas necessidades e que nos faz sementes do Reino de Deus como Jesus ensinou: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno (Mateus 13:37,38). Como filhos do reino, seremos manifestados quando o Senhor voltar em glória para a grande colheita final.

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