l Pastor Mathias Quintela de Souza l Mateus 5.17-20 l
Os bem-aventurados (Mt 5.1-12) vivem a cultura do Reino de Deus porque foram revestidos da nova natureza, criada segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade (Efésios 4.24). São, por isso, sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16). São salvos por Cristo da maldição lei para a perfeita obediência (Mt 5.17-19,48). Se têm consciência de pecados, não justificam nem racionalizam: confessam e deixam o pecado (Pv 28.13). São feitos justiça de Deus em Cristo (2 Co 5.21), justiça que excede em muito a dos escribas e fariseus (Mt 5.20). Cristo é a justiça de Deus por nós, em nós e para o mundo por nosso intermédio (1 Co 1.30; 2 Co 5.18-20).
Cristo é a justiça de Deus por nós (5.17-18). Ele veio para cumprir, não revogar, a lei e os profetas, sem nada omitir nem acrescentar. Ele reafirma a autoridade do Velho Testamento como Palavra de Deus ao cumprir as exigências da lei e os ensinamentos dos profetas. Somos pecadores e o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Mas Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, para nos dar, pela fé, a salvação e o dom do Espírito Santo (Ver Gl 3.13-14). O que não podíamos fazer, Deus fez por nós em Cristo, para que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito (Ver Rm 8.3-4) Paulo resume: Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus (2 Co 5.21).
Cristo é a justiça de Deus em nós (5.19) Não somos salvos porque obedecemos os mandamentos, mas obedecemos os mandamentos porque somos salvos. O resumo dos mandamentos é o amor a Deus e ao próximo. Ora, quando cremos em Jesus, recebemos o Espírito Santo (Jo 7.37-39; Ef 1.13-14) e ele derrama o amor de Deus nos nossos corações (Rm 5.5). O Filho e o Pai habitam em nós pelo dom do Espírito (Jo 14.18,23-24). A obediência, no poder do Espírito, é espontânea, de coração, para glória de Deus! É justiça do Reino, do Evangelho. Por isso excede, em muito, a justiça dos escribas e fariseus, mestres e zelosos da lei, porque era obediência externa, obrigatória, para benefício pessoal (Mt 5.20; 6.2,5,16; Lc 18.9-14). Ninguém se justifica pelos seus méritos, mas os que são justificados pela graça mediante a fé obedecem e realizam as obras de Deus.
A justiça de Deus por nosso intermédio (Mt 5.19b-20). Jesus afirmou que é grande no Reino de Deus quem pratica e ensina os mandamentos (Mt 5.19). Isto significa ser e fazer discípulos de Jesus. Esta é a ordem da Grande Comissão (Mt 28.19). Ananias tornou-se participante da obra missionária de Paulo quando o discipulou, em obediência a Cristo (At 9.10-22). Simples assim. Quando obedecemos, Deus age e os famintos e sedentos de justiça são saciados desde onde estamos até os confins da terra.
A graça não anula a lei, mas se complementam. Sem a lei, não temos consciência de pecado (Rm 7.14). De maneira que a lei nos serviu de tutor, para nos conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fôssemos justificados (Gl 3.24). Libertados da escravidão do pecado, tornamo-nos livres para a obediência e o crescimento em santidade.
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